Fabaceae – Crotalaria martiana

Arbustos a subarbustos, 0,7-1,5m, (incano-)áureo ou ferrugíneo-seríceos; ala internodal geralmente ausente ou, se presente, 5-15×3-5mm, deltoide, decorrente.

Folhas simples, subsésseis; estípulas ausentes; lâmina foliar 4,8-8,2×2-5cm, amplamente oblongas, obovais ou oblongoelípticas, ápice agudo-obtuso, mucronado, base cuneadaobtusa, denso-serícea.

Racemo terminal, (2,5-)5-28cm, multifloro, ápice glomeruliforme, laxo; bráctea 9-15×2-5mm, persistente; bractéolas 7-18mm, inseridas na base do cálice, persistentes, oval-lanceoladas. Flores com pedicelo (7-)9-15mm; cálice bilabiado, (12-)15-25mm, lacínias carenais inteiramente unidas ou apenas no ápice, base cuneada; estandarte 19-21×13-16mm, oblongo-oboval, 2 dobras na base; as asas 17-20×5-7mm, oblongas; pétalas da quilha 15-20×10-15mm, obtusas, bico muito projetado, reto, torcido, margem lanosa.

Fruto (2,7-)4-5cm, oblongo, inflado, glabro, quando imaturo verde a castanho-claro, maduro marrom a preto; sementes 5mm, ocre a castanhoescuras.

Espécie nativa da América do Sul, de acordo com a circunscrição adotada, que segue Flores et al. (2006). Ocorre no Paraguai e no Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, abrangendo o Distrito Federal e os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Concentrada no centro-norte e leste do estado de São Paulo. B4, B5, C4, C5, C6, D3, D4, D5, D6, D7, E6: cerradão e cerrado. Coletada com flores de dezembro a março; com frutos em março e abril.

A espécie está representada no estado de São Paulo apenas por uma subespécie, Crotalaria martiana subsp.
mohlenbrockii (Windler & S.G. Skinner) Planchuelo. Esta subespécie difere da subespécie típica principalmente pelo ápice das pétalas da quilha muito projetado, reto e notadamente torcido (pouco projetados, curvos e levemente torcidos na subsp. martiana) e pelas folhas amplamente oblongas, obovais ou oblongo-elípticas (oblongas ou oblanceoladas na subsp. martiana), a qual é restrita à cadeia do Espinhaço no Brasil, enquanto que a C. martiana subsp. mohlenbrockii apresenta uma distribuição mais ampla.

Esta espécie é caracterizada por seu revestimento áureo-ferrugíneo, pela inflorescência com brácteas oval-lanceoladas conspícuas ao longo de todo o eixo de inflorescência devido à abscisão das flores e ápice congesto. Alguns materiais podem apresentar variação na coloração do indumento, o qual tende ao incano, como é o caso de Tozzi & Sartori 28704, Bernacci et al. 20205 e Cavassan 297.

Fonte: TOZZI, A. M. G. de. A. Subfamília Papilionoideae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 8, p. 167-397, 2016.

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