Ervas eretas, até 0,2 m alt.; ramos vináceos, glabros.
Folhas verticiladas, tornando-se opostas no ápice dos ramos, crasso-membranáceas; limbo linearlanceolado, oval a oblongo, 9–30 × 1–4 mm, ápice agudo, cuspidado a apiculado, base aguda, obtusa, truncada a levemente cordada, levemente assimétrica, margens inteiras, raramente espessadas, planas a levemente revolutas, faces abaxial e adaxial glabras; pecíolo 0,6–1,3 mm compr.; estípulas estreitas a largamente triangulares, ca. 1 mm compr., fimbriadas,
glabras. Ciátios actinomorfos, em dicásios, terminais a raramente axilares; pedúnculos 0,6–1,6 mm compr.; invólucro campanulado, 1,5–3 × 1–2,8 mm, glabro externamente, viloso próximo aos nectários; lobos triangulares, margens inteiras, ciliadas, amareloesverdeados; nectários 4 ou 5(6), sésseis, arredondados a reniformes, amarelos; apêndices 4 ou 5(6), iguais, reniformes a oblongos, glabros, amareloesbranquiçados; bractéolas oval-lanceoladas,
fimbriadas, pubescentes.
Flores estaminadas ca. 25 por ciátio, ca. 1 mm compr.; pedicelo ca. 1,5 mm compr. Flores pistiladas 1–1,5 mm compr.; ovário globoso, ca. 0,6 × 0,9 mm, glabro; estiletes unidos na base, ramos 2-partidos, patentes, glabros; estigmas clavados; pedicelo 1–1,5 mm compr.
Frutos globosos, 2–2,5 × 2–2,6 mm, glabros, amarelo-esverdeados; pedicelo ca. 4 mm compr.; sementes castanhas, ovais a subovoides, 1,2–1,5 × 0,7–1,1 mm, lisas, sem carúncula.
Ocorre na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai (Cordeiro 1995; Simmons & Hayden 1997); no Brasil, é registrada para a Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. B5/6, D1, D6, E2/3, F5, F6 e G5: cerrado de solo arenoso e pedregoso e outras formações abertas sujeitas à ação do fogo, o qual influência seu ciclo de vida, funcionando como estímulo para o brotamento e floração. Encontrada com
flores ou frutos de setembro a junho.
Euphorbia potentilloides é geralmente tratada como E. caecorum Mart. ex Boiss., cujo epíteto está vinculado a Anisophyllum caecorum, publicado por Klotzsch & Garcke em 1859, um “nomen nudum” (Simmons & Hayden 1997). A espécie difere do restante do gênero na Bahia por apresentar ciátios glabros, com apêndices de mesmo tamanho e forma. Euphorbia viscoides e E. tamanduana, espécies mais semelhantes a ela, apresentam ciátios hirsuto-velutinos
a curto-pubescentes e apêndices com formas e tamanhos diferentes. Euphorbia potentilloides possui uma grande variação na forma das folhas, podendo ser linear-lanceolada, oval ou oblonga, com ápice agudo, cuspidado ou apiculado na mesma população. Outra característica diagnóstica desta espécie é a base da folha levemente assimétrica.
Fonte: CARNEIRO-TORRES, D. S.; SILVA, O. L. M. da & CORDEIRO, I. Flora da Bahia: Euphorbia (Euphorbiaceae). Rev. Sitientibus, série Ciências Biológicas v. 17, n. 10, p. 01-28, 2017.