Arbustos eretos, ca. 0,7–1,1 m alt., monoicos; látex translúcido; ramos viscosos, tricomas estrelados sésseis.
Limbos papiráceos a cartáceos, 1,3–7,2 × 0,8–4,3 cm, ovados a lanceolados e conduplicados, venação cladódroma, ápice agudo a acuminado, margem crenada a serrilhada, eglandulosa, base arredondada a retusa, face adaxial glabra, face abaxial glabrescente, com tricomas estrelados, verde; glândulas ausentes na base do limbo; pecíolos 7,5–13,6 mm compr., estípulas 0,5–2,4 × 0,5–1,7 mm, ovadas a lanceoladas, ou lineares, margem frimbriadoglandulosa.
Inflorescências 20–75 mm compr.; raque glabrescente; brácteas 2,4–4 × 0,5–0,6 mm, lineares a estreito-lanceoladas, ou triangulares, margem inteira, pode apresentar glândulas na porção inferior. Flores estaminadas verdes e cremes, 5,7–8,4 mm compr., pedicelos 1,5–6,1 mm compr.; sépalas 2,5–3,5 × 1–1,5 mm, elípticas a ovadas, face abaxial pubescente; pétalas 5, 2,5–3,4 × 1,5–2 mm, obovadas; estames 11–12, 2,5–4 mm compr.; receptáculo piloso. Flores pistiladas verdes, 3–6,6 mm compr., pedicelos 5–13 mm compr.; sépalas 5, iguais a levemente desiguais, 4–7 × 1–2 mm, lanceoladas, livres, margem laciniadas com glândulas, face abaxial glabrescente; disco
nectarífero 5-lobado, glabro; pétalas ausentes; ovários 2–2,5 × 1,8–2 mm, globosos, pubescentes; estiletes unidos na base, 3-fidos, glabros.
Frutos 5,7–7,3 × 6–7,5 mm, glabrescentes, columelas inteiras.
Sementes 4–4,5 × 3–3,1 mm, elipsoides.
Distribuição: Endêmica da Cadeia do Espinhaço (BA, MG) (Carneiro-Torres 2009; BFG 2015).
Comentários: Croton glutinosus apresenta semelhança com C. betulaster Müll. Arg. por apresentar ramos viscosos, margem do limbo sem glândulas e base arredondada a retusa. Diferenciase por apresentar flores longo-pediceladas (5–13 mm compr.) (vs. flores pistiladas com pedicelos de até 5 mm compr. em C. betulaster). C. glutinosus apresenta, também, limbo conspicuamente conduplicado, facilitando a identificação do material herborizado pelas folhas se apresentarem dobradas, o que não é evidenciado em C. betulaster. Na SGLA, a espécie é encontrada sempre em
campos rupestres ou em cerrado de altitude.
Fonte: HURBATH, F.; TORRES, D. S. C. & ROQUE, N. Euphorbiaceae na Serra Geral de Licínio de Almeida, Bahia, Brasil. Rev. Rodriguésia, v. 67,n. 2, p. 489-531, 2016.