Ebenaceae – Diospyros coccolobifolia

Arbustos ou árvores ca. 1,5 m alt., ramos sem lenticelas, acinzentados, glabros a hirsutos. Pecíolo 0,5‒1,3 cm compr., glabro ou esparso-hirsuto.

Folha 2,5‒14,2 × 1,7‒8,9 cm, cartácea, elíptica, largo-elíptica ou circular, base arredondada, obtusa, retusa, ápice arredondado, emarginado, obtuso, base arredondada, obtusa, retusa, margem plana, face adaxial glabra, face abaxial glabra a esparsohirsuta, nervura central impressa a proeminente, nervuras secundárias 12‒20, proeminentes. Bráctea floral ca. 5 × 3 mm, deltoide a triangular ou cimbiforme, ápice agudo, hirsuto.

Inflorescência masculina 0,4‒1,3 cm compr., 1‒3 flores, cíncino ou tríade, ramiflora; a feminina ca. 39 mm compr.,
4‒5 flores, cíncino, ramiflora. Flor masculina 13‒15 mm compr., pedicelo ca. 1 mm compr. a séssil, seríceo; cálice 6‒8 mm compr., duplo coroado, 6‒lobado, lobos 4‒6,5 × 2‒3 mm, triangulares, ápice agudo, margem inteira, ciliada, conatos, seríceos, coriáceos; corola 11‒13 mm compr., tubular, 5‒lobada, lobos 9‒11 × 3‒5 mm, triangulares, ápice
agudo, margem inteira, ciliada, conatos, seríceos a glabros, não adpressos, coriáceos; estames 20‒25, filete 1,5‒2,5 mm compr., denso-seríceo, anteras ca. 2,5 mm, lineares, pistilódio subgloboso, hirsuto. Flor feminina ca. 15 mm compr., pedicelo ca. 10‒13 mm compr., seríceo; cálice ca. 8,3 mm compr., duplo coroado, 6‒lobado, lobos 6‒8 × 4‒5,5 mm, triangulares, raro ovados, ápice agudo, margem inteira, ciliada, conatos, glabros na porção mediana, com ápice e base seríceos, adpressos, coriáceos, barbados quando jovem, nervuras longitudinais ausentes a olho nu; corola 17‒18 mm compr., tubular, 5‒lobada, lobos 16‒17 × 5 mm, estreitoelípticos, ápice arredondado a obtuso, margem inteira, não ciliada, conatos, glabros, adpressos, coriáceos; estaminódios presentes; ovário com 8‒locular, globoso, seríceo; estilete ca. 5 mm compr., seríceo.

Baga 2,7‒3,6 × 2,2‒3,3 cm; cálice com nervuras longitudinais ausentes, verrucoso.

Sementes 1,7‒1,8 × 0,8 cm, semicirculares.

Diospyros coccolobifolia assemelha-se a D. inconstans subsp. obovata quanto ao hábito arbustivo ou arbóreo e por terem folhas elípticas a largo-elípticas, distinguindo-se pela ausência de lenticelas em seus ramos (vs. lenticelas presentes), folha com face abaxial glabro a esparso-hirsuto (vs. denso-velutino a velutino); bráctea deltoide a triangular (vs. ovada); cálice 6-lobado (vs. 5-lobado), 20–25 estames (vs. 11–12 estames). A espécie é endêmica do Brasil, com registro no Oeste e Sul da Bahia, Sul do Ceará, Norte de Minas Gerais e no Piauí no domínio fitogeográfico Cerrado (BFG 2018; BFG 2018; Wallnöfer 2018).

No Ceará ocorre em ambientes secos, com solos arenosos ou argilosos em vegetação de Savana (Cerrado), como já observado por Costa et al. (2004). Tem distribuição restrita no estado ocorrendo em áreas de elevadas altitudes, confirmada em dois municípios da Chapada do Araripe (quadrícula K6). Registrada em uma única Unidade de Conservação (UC) do Ceará na Floresta Nacional do Araripe Apodi. Coletada com flores em outubro e com frutos em fevereiro. É conhecida popularmente como “olho-de-boi” e “marmelada”.

Fonte: REBOUÇAS, N. C.; CORDEIRO, L. S.; ARAÚJO, R. de S.; RIBEIRO, R. T. M. & LOIOLA, M. I. B. Flora do Ceará, Brasil: Ebenaceae. Rev. Rodriguésia, n. 71, p. 01-09, 2020.

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