Subarbusto prostrado com ápices volúveis; ramos tomentosos, tricomas estrelados.
Pecíolo tomentoso, 0,2–1 cm compr.; lâminas foliares tomentosas em ambas as faces, inteiras ou palmatissectas com 3,5(–7) segmentos, elípticas, oblongas ou lanceoladas, 3–7(–10,5) × 0,8–4 cm, base obtusa, margem lisa, ápice agudo ou obtuso.
Dicásios com 1–5 flores. Pedúnculo tomentoso, (0,5–)1–2(–5) cm compr., pedicelos esparso-pubescentes, 0,5–2 cm
compr. Brácteas e bractéolas lanceoladas, esparsopubescentes, 0,1–0,2 cm compr. Sépalas ovadas ou oblongas, com margem hialina, ápice agudo ou obtuso, mucronado, externas 0,9–1 × 0,4 cm, glabras ou esparso-pubescentes, internas 1–1,3 × 0,4–0,6 cm, glabras. Corola campanulado-infundibuliforme, branca, 3–4 cm compr., glabra. Estames 1,5–2 cm compr., filetes esparso pubescentes. Ovário subgloboso, 4-locular, um rudimento seminal por
lóculo; estilete 2–2,5 cm compr.
Cápsula subglobosa, sementes maduras não vistas.
Endêmica do Brasil, nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Goiás, Distrito Federal e Paraná (Simão-Bianchini & Ferreira 2012), onde é comum nos campos do remanescente de Savana Tropical, ocorrente entre os municípios de Jaguariaíva e Sengés. Pode ser reconhecida por ser prostrada com ápices volúveis, as folhas podem ser desde inteiras
até 5 (raro 7) folioladas e denso tomentosas, com tricomas estrelados. Assemelha-se à M. tomentosa, que possui o mesmo indumento, mas trata-se de um subarbusto ereto com folhas geralmente oblongas e sempre inteiras. Citada para o Paraná por O’Donell (1941) como Merremia contorquens (Choisy) Hallier f., a qual foi incluída como sinônimo de M. digitata var. elongata por Austin & Staples (1983). No entanto, Merremia contorquens é uma espécie válida, endêmica de Minas Gerais.
Fonte: FERREIRA, P. P. A. & MIOTTO, S. T. S. O gênero Merremia (Convolvulaceae) na Região Sul do Brasil. Rev. Rodriguésia, n. 64, p. 635-646, 2013.