Árvores ou arvoretas, 3–15 m alt.; ramos jovens densamente velutinos, não lenticelados.
Folhas com lâmina largamente elíptica a ovada, base obtusa a arredondada ou subcordada, ápice agudo a atenuado ou acuminado, 17,5–32,5 × 10,3–18 cm, cartácea a coriácea, margem revoluta, 13–16 pares de nervuras secundárias; face abaxial esparsamente velutina, nervuras esparsamente velutinas, eglandular, nervuras principal a quaternárias salientes; face adaxial glabrescente, nervuras glabrescentes, eglandular, nervura principal plana, secundárias a quaternárias impressas; pecíolo 6–10 mm compr.; estípulas estreitamente triangulares, 6–10 mm compr.,
eglandulares.
Inflorescências racemosas, 18–40 cm compr., densamente velutinas; brácteas estreitamente triangulares a triangulares, (1,5–)2–4,5(–6) mm compr., caducas, eglandulares; pedicelos 5,5–12 mm compr., eglandulares; bractéolas triangulares a deltóides, 1–3 mm compr., caducas, eglandulares. Flores 7–10 mm compr.; receptáculo campanulado; sépalas 6–7 mm compr., eretas, margem eglandular; pétalas 5,5–6,5 mm compr., róseas; estames 6–8, 19,5–22,5 mm compr.; estilete 22–24 mm compr., hirsuto até o 1/4 basal.
Drupas obovoides, 25–36 × 15–20
mm, epicarpo esparsamente pubescente a glabrescente. Hirtella prancei foi registrada apenas no estado da Bahia (Asprino & Amorim 2016). F8, G8, H8, J7: floresta ombrófila densa. Coletada com flores em março e dezembro e com frutos em abril.
Hirtella prancei é endêmica da Bahia, descrita a partir do desenvolvimento deste trabalho. Assemelhase a H. santosii Prance pelo indumento denso nos ramos jovens e inflorescências, tornando-se castanho amarelados quando secos, inflorescências racemosas, e flores com 6–10 mm de comprimento. Diferencia-se principalmente pelo indumento dos ramos jovens, pecíolo e inflorescência densamente velutino (vs. hirsuto a densamente hirsuto), lâminas foliares mais largas (10,3–18 vs. 4,2–9 cm larg.), eglandulares (vs. com glândulas discoides pelo menos na face abaxial) e
face adaxial bulada (vs. plana). Além disso, possui brácteas e bractéolas eglandulares (vs. com muitas glândulas na margem) e estames mais longos (19,5–22,5 vs. 11–14 mm compr.).
Um material proveniente do município de Itanhém (Amorim 4671) apresenta bractéolas com diminutas glândulas nas margens. Essa coleção foi aqui incluída no conceito de Hirtella prancei, porém é necessária a análise de outros materiais dessa população e, principalmente, observação dos indivíduos em campo para melhor entendimento
desse caráter.
Fonte: ASPRINO, R. & AMORIM, A. M. Flora da Bahia: Hirtella (Chrysobalanaceae). Rev. Sitientibus, s. Ciências Biológicas, n.16, p. 01-20, 2016.