Calophyllaceae – Kielmeyera coriacea

Árvores pequenas ou arbustos; ramos subcilíndricos ou angulados, fortemente suberizados, geralmente de cor clara; látex nas folhas branco a amarelo, nos ramos alaranjado a castanho.

Folhas subsésseis a sésseis; lâmina subcoriácea a geralmente coriácea, glauca ou não, castanho a castanhoesverdeada in sicco, face adaxial mais ou menos escrobiculada, elíptica, oblonga, oboval a oblanceolada, 7,5-23×1,3-8cm, as distais menores, ápice obtuso a retuso, base longo-atenuada; nervura central mais ou menos plana na face adaxial, saliente na abaxial, base larga 3-6mm, nervuras secundárias salientes ou planas, distantes entre si 2-6mm.

Inflorescência em racemo ou panícula, hirsuta com tricomas simples a glabrescente; pedicelos 1,5-2,5cm, geralmente
hirsutos. Flores 3,5-6cm diâm.; sépalas pubescentes, ovais a oval-triangulares, (4-)6-8(-10)×3,5-7(-8)mm, margens
membranáceas, ciliadas; pétalas amareladas, brancas ou rosadas, face abaxial pubescente, ápice emarginado a
arredondado; estames amarelos, anteras lineares, ca. 2mm, loceladas, com glândula apical;

ovário glabro. Fruto até 17cm, superfície rugosa, escamosa, glabra.

Ocorre no Paraguai e Brasil: sul da Amazônia, Bahia, comum no sudeste e centro-oeste. B2, B6, C5, C6, D3, D4, D5, D6, D7, D8, E4, E5, E6, E7, E8, F4: cerrado. Coletada com flores de setembro até fevereiro, com frutos de outubro até junho.

Espécie com folhas bastante variáveis, tanto na forma como na coloração, venação das folhas, presença e quantidade de indumento e de corpúsculos resinosos no mesófilo. Tais características não apresentam uma óbvia correlação geográfica. Das duas subespécies, no Estado de São Paulo só ocorre K. coriacea subsp. coriacea, caracterizada pela lâmina foliar abaxialmente glabra. A divisão em variedades (Saddi 1986) não foi adotada. K. grandiflora foi aqui provisoriamente incluída na sinonímia de K. coriacea porque a separação dos dois táxons é ainda problemática. Plantas típicas de K. coriacea sensu stricto distinguem-se por terem folhas menos condensadas no ápice dos ramos, menos rígidas, não glaucas e com nervuras secundárias mais distantes entre si. Esses caracteres, no entanto, não estão estritamente correlacionados, possivelmente por causa de hibridização. Saddi (1984a) separa as duas espécies com base, apenas, em diferenças na nervação. São indispensáveis estudos detalhados visando uma melhor análise da variação encontrada.

Fonte: BITTRICH, V. Clusiaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 3, p. 45-62, 2003.

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