Epífita, rupícola ou saxícola, 43-111 cm alt. Roseta aberta ou tubular.
Folhas 33-83 cm compr., alterno-espiraladas, congestas; bainha vinácea na face adaxial, 10-22×5-8,5 cm, elíptica a oblonga, mais larga do que a lâmina; lâmina verde a avermelhada, 24-64×1,2-3,2 cm, linear-triangular a estreitotriangular, às vezes ligulada, ápice pungente, margens serrilhadas a espinescente, espinhos castanhoescuros, 1-5 mm compr, antrorsos. Escapo 30-80 cm compr., recoberto pelas brácteas, ereto, lanuginoso; brácteas escapais alvo-esverdeadas ou róseas, 11,5-29×2-5 cm, elípticas, ápice agudo, mucronado, imbricadas, margens inteiras.
Inflorescência 7,3-18×2,5-6,5 cm de diâm., composta, cilíndrica ou piramidal, densa a laxa, raque rósea a vermelha, alvolanuginosa, exposta, ereta; ramos com 3-8 flores disticamente dispostas; brácteas primárias róseas, mais curtas que os ramos, largo-ovadas, ápice mucronado, margens inteiras; brácteas florais róseas, 0,6-0,9×1,1-1,2 cm, transversalmente ovadas, envolvendo completamente o ovário, decorrentes, parcialmente envolvendo os entrenós, mucronadas, margens inteiras, nervadas. Flores 1,9-2,4 cm compr., sésseis, dísticas; sépalas róseas, 0,8-1,2×0,3-0,5 cm, assimétricas, conatas na base cerca de 1-3 mm, ápice mucronado; pétalas roxas, 1,3-1,7×0,3-0,4 cm, espatuladas, eretas, ápice retuso; filetes internos adnatos à base das pétalas, estames inclusos, anteras dorsifixas.
Frutos globosos. Sementes não vistas.
Aechmea distichantha ocorre no Paraguai, Argentina, Uruguai (Wanderley & Martins 2007) e nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, em Cerrado e Mata Atlântica (Forzza et al. 2010). É uma das espécies mais comuns na ASEPB. É frequentemente encontrada como rupícola ou saxícola em áreas abertas, como Campos Rochosos e Campos de Altitude, e menos frequentemente como epífita em FESM, Cerradão e forófitos isolados dos Campos
Rochosos. Na transição entre a FESA e Campos de Altitude, a espécie forma grandes adensamentos sobre a rocha nua, assim como em ambientes muito degradados: pastagem e áreas de mineração. A espécie apresentou-se muito polimórfica em relação à inflorescência e às folhas, motivo pelo qual não foram adotadas as variedades propostas por Smith e Downs (1979). Acredita-se que a presença de roseta tubular nos espécimes das regiões rochosas e de Campos de Altitude possa ser uma adaptação ao frio das altitudes elevadas. Estudos posteriores podem esclarecer a relação entre a disposição das folhas, o hábito e o papel ecológico da espécie nesta fisionomia. Floresce em praticamente todos os meses do ano. Borboletas e beija-flores foram vistos visitando suas flores.
Fonte: ROSA, A. E. M & MONTEIRO, R. Bromeliaceae na Apa Santuário Ecológico da Pedra Branca, Caldas, Minas Gerais. Bol. Bot. Univ. São Paulo, v. 30, n. 1, p. 5-21, 2012.