Begoniaceae – Begonia schlumbergeriana

Arbustos [alt., não informada], pilosos, tricomas estrelados. Caule glabro; entrenós [não informados]. Estípulas [medidas não informadas], obliquamente deltoides.

Folhas com pecíolo 17,5–22,5 cm compr., ferrugíneo-panoso; lâmina ca. 15 cm larg., subinteira, basifixa, carnosa, arredondada a reniforme, profundamente cordada, margem sinuosa-dentada quando jovem, inteira quando adulta, glabrescente na face adaxial, ferrugíneo-panosa na face abaxial; face adaxial verde com indumento alvo; venação
actinódroma, 7 nervuras na base. Cimeiras [medida não informada], multifloras; brácteas caducas.

Flores estaminadas [não descritas]. Flores pistiladas com bractéolas ca. 3 mm compr., lineares, estreitas, caducas; tépalas 6–7, obovado-oblongas; ovário com placenta inteira.

Cápsulas ca. 12 × 8 mm, com esparsos tricomas glandulares microscópicos; alas 4 ou 5, desiguais, uma um pouco maior que as demais, arredondada a ovada, dentada.

Sementes [não informadas].

Begonia schlumbergeriana assemelha-se a B. grisea pelos tricomas estrelados, forma das folhas e cimeiras multifloras, diferindo pelos estiletes em número de 4 ou 5 (vs. 3), ovário 4- ou 5-locular (vs. 3-locular) e cápsulas 4- ou 5-aladas (vs. 3-aladas). Begonia schlumbergeriana é conhecida somente por sua descrição original, a qual indica ter sido a planta coletada na Bahia e enviada para a Europa, onde foi disseminada entre casas de cultivo.

Descrita com base em um espécime cultivado, o autor não indicou material-testemunho, assim como o herbário onde ele estaria depositado, além de não ter apresentado uma ilustração ou fotografia da planta. Na revisão de Begoniaceae (Smith et al. 1986), há uma fotografia pouco nítida do provável holótipo de B. schlumbergeriana, constituído por três flores pistiladas e duas cápsulas, além de uma extensa descrição e desenhos do ovário e do estilete. Lemaire geralmente depositava seus exemplares no Museu Nacional de História Natural de Paris (P).

Esforços infrutíferos foram feitos a fim de localizar o material. Há a possibilidade do material-tipo estar perdido na coleção do P assim como pode estar em outro herbário da Europa. Dessa forma, B. schlumbergeriana está sendo
considerada neste trabalho como táxon duvidoso.

Fonte: GREGÓRIO, B. de S.; COSTA, J. A. S & RAPINI, A. Flora da Bahia: Begoniaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, n. 16, p. 01-52, il., 2016.

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