Subarbustos, 0,6–3 m alt., pubescentes a tomentosos, tricomas estrelados. Caule ereto, glabrescente; entrenós 0,4–9 cm compr. Estípulas 0,7–2,8 cm × 4–8 mm, triangulares, ápice apiculado, margem inteira, apressas, caducas.
Folhas com pecíolo 1–3,9 cm compr., tomentoso; lâmina 7,7–17,8 × 3,4–9 cm, inteira, levemente assimétrica, basifixa, crassa a coriácea, elíptica a oblonga, ápice agudo a obtuso, base arredondada a obtusa, margem inteira ou
irregularmente dentada a irregularmente denticulada, tomentosa a quase lanosa em ambas as faces, mais densamente na face abaxial, glabrescente na face adaxial; face adaxial verde, face abaxial verde-pálida; venação craspedódroma. Cimeiras 23,2–43,8 cm compr., 28–70 flores, 4–6 nós; brácteas de primeira ordem 6–9 × 3–4,5 mm, obovadas, caducas.
Flores estaminadas sem bractéolas; tépalas 2, alvas a róseas, 5,2–7 × 4,7–6 mm, largamente ovadas a orbiculares,
face abaxial glabrescente; estames 12–20, anteras rimosas, conectivos proeminentes. Flores pistiladas com 2 bractéolas estreitamente elípticas, caducas; tépalas 5(6), alvas a róseas, duas ligeiramente maiores, elípticas a ovadas, face abaxial glabrescente; ovário com placenta inteira.
Cápsulas 0,5–1,3 × 0,5–1 cm, glabrescentes, sem tricomas glandulares microscópicos; alas 3, subiguais, a maior 2,5–4 mm larg., ápice arredondado, as menores 1–2 mm larg., arredondadas.
Sementes oblongas.
Endêmica da Bahia (Jacques 2015), é restrita à região da Chapada Diamantina. D6, E6, F6: Campos gerais, mata ciliar, cerrado, carrasco e campo rupestre. Cresce exposta ao sol, em solos arenosos ou litólicos, ou associada a afloramentos rochosos, sobre ou entre fendas nas rochas. Floresce de fevereiro a junho e de setembro a dezembro; frutifica de janeiro a abril, em junho e de outubro a dezembro.
Begonia ruhlandiana é facilmente reconhecida pelo indumento formado por tricomas estrelados brancos ou ferrugíneos, pelas folhas com lâminas simétricas a levemente assimétricas, elípticas a oblongas, de base arredondada a obtusa, com face adaxial verde e abaxial verde-pálida e venação craspedódroma. A espécie apresenta, em geral, flores estaminadas com duas tépalas, mas foi encontrado um espécime (Guedes et al. 19288) com flores estaminadas com quatro tépalas. A espécie possui adaptações subxerofíticas, encontradas também em B. fellereriana, B. grisea e B. pernambucensis: maior espessamento do caule e da lâmina foliar, cutícula com denso revestimento pubescente a tomentoso e folhas capazes de se enrolar, mantendo os estômatos protegidos (Irmscher 1953; Duarte 1961; Brade 1971). Begonia ruhlandiana difere dessas espécies xerofíticas, no entanto, pela lâmina foliar elíptica a oblonga com base arredondada a obtusa e venação craspedódroma.
Fonte: GREGÓRIO, B. de S.; COSTA, J. A. S & RAPINI, A. Flora da Bahia: Begoniaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, n. 16, p. 01-52, il., 2016.