Trepadeiras, 2–4 m compr., pilosas, tricomas simples e glandulares microscópicos. Caule escandente, piloso e com esparsos tricomas glandulares microscópicos; entrenós 1,5–10 cm compr. Estípulas 1,3–3,3 × 0,5–1,2 cm, lanceoladas, ápice apiculado, margem inteira, carenadas, apressas, persistentes.
Folhas com pecíolo 1,1–4 cm compr., piloso e com esparsos tricomas glandulares microscópicos; lâmina 6,4–14,5 × 3,3–9,5 cm, inteira, levemente assimétrica, basifixa, papirácea, ovada ou elíptica, ápice acuminado, base cordada a subcordada, margem crenada a irregularmente denteada, ciliada, pilosa em ambas as faces, mais densamente na face abaxial, especialmente nas nervuras, glabrescente na face adaxial; face adaxial verde, face abaxial verde-clara; venação actinódroma, 5–7 nervuras na base. Cimeiras 10,2–34 cm compr., 80–170 flores, 5 ou 6 nós; brácteas de primeira ordem 2,9–4 × 1,3–1,8 mm, lanceoladas, persistentes.
Flores estaminadas sem bractéolas; tépalas 4, alvas, as externas maiores, ovadas a orbiculares, côncavas, face abaxial glabrescente, com esparsos tricomas glandulares microscópicos, as internas oblanceoladas, côncavas, face abaxial glabra; estames 52–64, anteras rimosas, conectivos proeminentes.
Flores pistiladas [imaturas] com 2 bractéolas lanceoladas, caducas; tépalas 5, alvas, desiguais, 3 levemente maiores, elípticas, face abaxial com esparsos tricomas glandulares microscópicos; ovário com placenta inteira.
Cápsulas 7–9,5 mm × 1,5–2,5 cm, com tricomas glandulares microscópicos, glabrescentes; alas 3, desiguais, a maior 0,9–1,6 cm larg., ápice agudo a arredondado, as menores 1–2,2 mm larg., arredondadas. Sementes lineares.
Endêmica da Bahia, é conhecida somente para o município de Ilhéus. G8: Floresta ombrófila, cabruca antiga, capoeira e em mata secundária. Cresce sobre árvores ou rochas, em locais ensolarados ou sombreados, em solos arenosos úmidos. Floresce de junho a dezembro e foi encontrada com frutos em setembro e dezembro.
Begonia epibaterium é facilmente identificada pelo hábito trepador, por ser revestida por indumento piloso e pela lâmina foliar ovada a elíptica, com ápice acuminado. Candolle (1861) propôs a variedade angustialata baseado na ala maior da cápsula, sendo oblonga e mais estreita, com 6–8 mm de largura (vs. ovada e mais larga, 1,2 cm larg.). Entretanto, as alas de muitas espécies de Begoniaceae variam muito, até mesmo dentro da mesma cimeira, como comentado pelo próprio Candolle (1861). Durante a análise das coleções de B. epibaterium verificou-se que na exsicata da coleta Velloso 1089 (R 41860), realizada nas imediações de Castelo Novo (Ilhéus), localidade-tipo da variedade, existem infrutescências com as duas formas de alas. Portanto, devido à elevada variedade morfológica encontrada nas coleções analisadas de B. epibaterium, conclui-se que os caracteres utilizados por Candolle são insuficientes para a manutenção de variedades dessa espécie.
Fonte: GREGÓRIO, B. de S.; COSTA, J. A. S & RAPINI, A. Flora da Bahia: Begoniaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, n. 16, p. 01-52, il., 2016.