Árvore, 3-7m. Ramos cilíndricos, estriados, sulcados, decorticantes, placas longitudinais, densamente lanoso, glabrescente.
Folhas pecioladas, 4-5mm, lâmina 4-15×1,5-3,7cm, elíptica, estreitamente elíptica e estreitamente oblanceolada, ápice acuminado, base atenuada, revoluta, face adaxial lanosa, glabrescente, face abaxial lanosa.
Inflorescência apical, capítulos solitários ou em corimbos com até 3 capítulos, capítulos pedunculados, 9-12mm, brácteas no pedicelo; capítulos discóides, 5-7cm, invólucro subcilíndrico, estreitamente ovóide, 3-3,5cm, 8-10 seriado, ca. 40 brácteas, 4 séries externas, brácteas 4-10×4-6mm, largamente ovadas, ovadas, margem inteira, indumento lanoso, alvo, glabrescente; séries internas, brácteas 13-30×2,6-6mm, lanceoladas, estreitamente lanceoladas, lineares, margem inteira, indumento lanoso no ápice, alvo, glabrescente; receptáculo convexo, glabro, epaleáceo. Flores ca. 10-15, ca. 6cm, corola tubulosa infundibuliforme, lobos revolutos, glabra, anteras longamente sagitadas, apêndice apical apiculado, apêndice basal longo, indumentado, ramos do estilete arredondados, glabros.
Cipsela 11 costada, esparsamente pubérula, tricomas glândulares capitados, pápus cerdoso, barbelado.
Stifftia fruticosa ocorre nos estado do Rio de Janeiro e São Paulo. E8: em matas sub-montanas do litoral, coletada com flores e frutos de maio a agosto.
Stifftia fruticosa pode ser prontamente diferenciada das demais espécies do gênero pela presença de invólucro subcilíndrico e estreitamente ovóide, com brácteas internas com 2,6 a 6 mm de largura, vilosas, capítulos solitários ou reunidos em corimbos com até 3 capítulos e hábito arbóreo. Outros caracteres que também podem ser utilizados para diferenciar a espécie em questão é a coloração esbranquiçada dos ramos, que são sulcados. As flores de S. fruticosa são amarelas e o pápus desta é rosado, o que confere um contraste de cores chamativo. Na maioria das vezes este padrão de coloração se mantém nos materiais herborizados, mas pode ocorrer a perda de coloração do pápus e da corola, devido à oxidação dessas estruturas. Devido à coloração do pápus e da corola, alguns equívocos taxonômicos ocorreram, como Aristomenia fruticosa Vell., basiônimo de Stifftia fruticosa (Vell.) D.J.N. Hind & Semir, era considerada como um sinônimo de S. chrysantha Mikan. Outro equívoco foi o reconhecimento de S. chrysantha var. oligantha Baker como como um táxon válido, devido à presença do pápus róseo, capítulos solitários ou com até 3 capítulos (Robinson 1991). Estudos posteriores mostraram que A. fruticosa deveria ser combinada sob o gênero Stifftia, formando Stifftia fruticosa, e S. chrysantha var. oligantha deveria ser sinonimizada em Stifftia fruticosa (Hind & Semir 1998). Stifftia uniflora é uma liana que ocorre na floresta amazônica que também possui também pápus róseo, mas pode ser prontamente diferenciada de S. fruticosa pela presença de uma única flor por capítulo vs. 10-15 flores; lianas vs. árvores; corimbos ou panículas vs. capítulos sésseis ou em corimbos com até
três capítulos. Stifftia grazielae Leitão (1970) foi considerado como um nomem non rite public., pois o autor não designou material como Holótipo (Hind & Semir 1998). Recentemente Pereira et al. (2010), propondo novas combinações para Stifftia chrysantha, citaram entre os sinônimos a espécies Aristomenia fruticosa. Este deve ser um equívoco, pois a espécie válida, Stifftia fruticosa, não aparece entre os sinônimos e muito menos está assinalada a
indicação “comb. nov.”.
Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.