Erva ca. 40 cm. Ramos cilíndricos, estriados, puberulento, tricomas glandulares
estipitados.
Folhas basais com bainha presente, lâmina 5-10×1,5-2cm, oblanceolada, espatulada, ápice mucronado, base atenuada, margem duplamente denteada com múcron alvo, ciliada, plana, face adaxial esparsamente puberulenta, tricomas glandulares estipitados, glabrescente, pontuações glandulares presentes, face abaxial esparsamente puberulenta, tricomas glandulares etipitados, glabrescente, pontuações glandulares inconspícuas, nervura secundária muito proeminente na face adaxial, proeminente na face abaxial; folhas caulinares, lâmina 1,5-3×0,7-0,9cm, estreitamente ovada, estreitamente oblonga e linear, ápice mucronado, margem duplamente serrada, margem duplamente dentada, serras alvas, ciliada, plana, face abaxial puberulenta, tricomas glandulares estipitados, glabrescente, face abaxial puberulenta, tricomas estipitados presentes, glabrescente, pontuações glandulares presentes ou ausentes, nervuras inconspícuas.
Inflorescência apical, racemos congestos, folhosos, capítulos pedunculados, 3-25mm, brácteas nas ramificações, no pedicelo e na base dos capítulos; capítulos discóides, 9-14mm, invólucro campanulado, 7-10mm, ca. 16, série externa 6 brácteas, 5-7,5mm, oval-lanceoladas, ápice mucronado, margem recortada, denteada, dentes alvos, densamente pubérula, tricomas glandulares estipitados; séries internas 10 brácteas, oblongas, 5-7,5mm, largamente elípticas, ápice trilobado, região central pronunciada formando ápice central mucronado, margem hialina, densamente pubérula, tricomas glandulares estipitados; receptáculo convexo. Flores ca. 18, 12mm, corola bilabiada, lábio externo trilobado, lábio interno bilobado, revoluto, anteras sagitadas, apêndice apical oblongo, apêndice basal linear, glabro, ramos do estilete truncados, penicelados.
Cipsela cilíndrica, obcônica, densamente pubescente, pápus cerdoso, barbelado.
A espécie ocorre no Brasil, Paraguai e Uruguai, no Brasil ocorre nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. E7 e E9: em campos úmidos, beiras de rios e capoeiras. Coletada com flores e frutos nos meses
setembro e novembro.
Perezia squarrosa é prontamente diferenciada das demais espécies pela presença de folhas com margem duplamente denteadas, dentes alvos, ciliadas, sésseis. Espécie não listada na lista de espécies de Plantas do Brasil (Nakajima et al. 2010), listagem da mata atlântica (Teles et al. 2009) e também plantas raras do Brasil (Nakajima et al. 2009). Vuilleumier (1969) propõe duas subespécies, subsp. squarrosa e subsp. cubaetensis, segundo este ocorre grande
sobreposição de caracteres entre estas duas subespécies e também há poucas coletas destes táxons, o que direcionou uma postura mais conservadora, mantendo estes táxons sob a mesma espécie. A delimitação clara das subespécies de P. squarrosa e as sinonimizações propostas por Vuilleumier (1969) só poderão ser elucidadas com estudos adicionais.
Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.