Liana. Ramos angulosos, quadrangulares, estriados, densamente lanoso, glabrescentes, sem alas.
Folhas compostas, pinadas, 10-18cm, ráquis angulosa, lanosa, folíolos sésseis, 4-5 pares, lâmina 2,5-4,8(6)x1-2(2,5)cm, elípticolanceolada e ovada, ápice agudo e acuminado, margem esparsamente serreada, revoluta, face adaxial esparsamente aracnóide, face abaxial densamente lanotomentosa, folíolos basais estipuliformes.
Inflorescência com pedicelo 5,5-10,5x(18)cm, anguloso, densamente lanoso, sub-glabrescente; invólucro campanulado, raro subcilindriforme, 3-4cm, 6-7 seriado, ca. 37 brácteas, 4-5 séries externas, brácteas 1-1,6×0,5-0,8cm, oval-lanceolada, ápice atenuado, reflexo, tomentoso, amarelo ou alvo; 2 séries internas, brácteas 2-3,4×0,7-1cm, oblonga oblongo-ovadas, ápice agudo, reflexo, tomentoso, amarelo ou alvo; receptáculo côncavo. Flores ca. 80; flores do raio ca. 13, 6,7-7cm, corola bilabiado-liguliforme, lábio externo trilobado, lábios internos livres, corola
externamente lanosa, ramos do estilete obtusos, papilosos; flores do disco ca 70, 5,8-6,4cm, corola bilabiada, lábio externo trilobado, lábios internos livres, corola externamente esparsamente lanosa, antera com apêndice apical
lanceolado, basal sagitado, ramos do estilete obtusos, papilosos.
Cipsela cilíndrica, 6 costada, glabra, pápus plumoso.
Mutisia coccinea ocorre desde a Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil, nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul: E5, E7, D6, D8: em florestas ombrófilas e estacionais, do
litoral e do interior, presente na borda das matas, capões ou clareiras. Coletada em flores e frutos de junho a novembro, de acordo com Cabrera & Klein (1973) o período de florada se estende até o mês de abril.
Mutisia coccinea é facilmente diferenciada das demais espécies pela presença de capítulos campanulados, folhas com 4-5 pares de folíolos, discolores e ramos quadrangulares sem alas. A espécie apresenta capítulos campanulados, mas há a presença de pouquíssimos materiais com capítulos subcilíndricos, o que pode gerar confusões com M. speciosa. Existe a possibilidade de que estas duas espécies possam se hibridizar naturalmente, formando este padrão intermediário. Também são necessários estudos mais aprofundados para esclarecer estas questões. Mutisia coccinea possui duas variedades, var. coccinea e var. delbata (Less.) Cabrera que aqui não serão tratadas.
Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.