Asteraceae – Dasyphyllum tomentosum

Árvore, 4-15 m. Ramos estriados, lenticelas presentes, densamente tomentosos, glabrescentes, projeções espinescentes axilares, presentes ou ausentes, 1,5-3,0cm, retas.

Folhas pecioladas, 0,5-2,6cm, densamente tomentoso, lâmina (3)5,5-17×1,5-4,8(6,5)cm, elíptica, estreitamente elíptica a obovada, ápice agudo a acuminado, projeção caduca, base curtamente atenuada a cuneada, margem inteira, glabra a ciliada, nervura coletora marginal, concolor, face adaxial tomentosa próxima ao pecíolo, glabrescente, face abaxial esparsamente pubescente, glabrescente, textura granulosa a muricada.

Inflorescência apical e axilar, panículas a panículas umbeliformes, áfilas, raramente folhosas, se folhosas folhas iguais as do ramos, quando umbeliformes formam dicásios curtos, capítulos pedunculados, 0,5-1,3(1,6)cm, densamente tomentoso, folhas pequenas nas ramificações; invólucro 10-17mm, campanulado a cupuliforme, 7-10 seriado, ca. 25-42 brácteas, 2,5-14×1-3mm, largamente oval-lanceoladas, ovallanceoladas, ovadas, lanceoladas e estreitamente oblongas, brácteas externas subestrigosas a subtomentosas, ápice curtamente apiculado, internas
glabrescentes, ciliadas, ápice mucronado; receptáculo plano, epaleáceo a paleáceo. Flores 8-15, 9-12,5mm, corola tubulosa, com uma, duas ou cinco incisões mais profundas, dois lobos e três lobos unidos, ou um único lobo
solitário, ápice dos lobos externamente hirsuto, base do tubo externamente e internamente hirsuta, apêndice basal curtamente sagitado, apêndice apical bilobado, ramos do estilete curtos, agudos, glabros ou com tricomas negros.

Cipsela infundibular, obcônica, obovoide a cilíndrica, pápus de cerdas lineares e alargadas.

Dasyphyllum tomentosum ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo: E6 e E7: em beira de mata estacional semicaducifólia, no interior de mata ombrófila alto-montana e montana, floresce nos meses de fevereiro a abril e de agosto a novembro.

Dasyphyllum tomentosum pode ser diferenciado das demais espécies do gênero pela presença de hábito arbóreo e folhas com 5,5 até 17cm, raramente 3 cm de comprimento e 1,5 a 4,8, raramente 6,5 cm de largura. O táxon é morfologicamente semelhante a D. brasiliense e D. spinescens. As espécies D. tomentosum e D. spinescens podem ser diferenciadas pela presença de folhas sem ápice apiculado vs. folhas com ápice apiculado; pecíolo com 0,5 a 2,5cm de comprimento vs. pecíolo com 0,2 a 0,5 cm de comprimento; folhas com mais de 8 cm de comprimento vs. folhas até 8 cm de comprimento. A diferenciação de D. tomentosum com D. brasiliense é feita pelas inflorescências áfilas vs. inflorescências folhosas, com pequenas folhas; projeções espinescentes com 1,5 até 3cm de comprimento vs. projeções espinescentes com 0,2 a 0,9 cm de comprimento; pecíolos com 0,5 a 2,6cm vs. pecíolos com 0,3 até 0,8 de
comprimento, raramente pecíolos menores, com 0,2 cm, ou raramente maiores, com 1 cm; hábito arbóreo vs. hábito arbustivo escandente a lianescente. Contudo em materiais de outros estados a caráterização de D. tomentosum não pode ser feita através da ausência de folhas na inflorescência, pois em alguns materiais estão presentes folhas diminutas nas inflorescências. Em campo podemos diferenciar o táxon com base no porte arbóreo e ramos densamente tomentosos. Entretanto, os ramos apicais são geralmente glabros, o que não possibilita a visualização
deste estado de caráter nos materiais depositados em herbários. Em indivíduos jovens e em rebrotas as folhas podem assumir dimensões maiores, possuem indumento tomentoso e as projeções espinescentes possuem mais de 4 cm de
comprimento. A espécie apresenta grande variação morfológica principalmente em relação ao formato do pápus, forma da cipsela, fusão dos lobos e indumento na corola, presença ou ausência de páleas no receptáculo. Esta grande variação morfológica dificulta a caráterização do táxon e consequentemente sua identificação. A espécie possui duas variedades, D. tomentosum var. tomentosum e D. tomentosum var. multiflorum (Baker) Cabrera (Cabrera 1959), as quais não são utilizadas no tratamento.

Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.

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