Asteraceae – Chaptalia mandonii

Erva, 14-33cm.

Folhas pecioladas, 1-3cm, bainha evidente, lâmina 3-5×0,7-1,5cm, oblonga, obovada, lanceolada, ápice agudo, base atenuada, margem runcinada, retrorso-serreada, sub-revoluta, face adaxial lanosa, glabrescente, face abaxial esparsamente alvo-lanosa, glabrescente, nervura primária e secundária adaxialmente sulcada, nervura primária abaxialmente muito proeminente, nervura secundária pouco proeminente, nervação eucampdódroma.

Inflorescência pêndula, escapo 10-25cm, alvo-lanoso, bracteado, brácteas lineares; capítulos radiados, 13-25mm, invólucro campanulado, 1-2cm, 5-6 seriado, ca. 42 brácteas, 0,5-2×0,2cm, linear-lanceoladas, lineares, esparsamente lanosas, glabrescentes; receptáculo convexo. Flores trimorfas, ca. 50, unissexuais e bissexuais; flores do raio ca. 14, 1,5cm, corola ligulada, lígula trilobada, ramos do estilete cilíndricos, glabros; flores do disco marginais ca. 25, 1,2cm, ramos do estilete cilíndricos, glabros; flores do disco internas ca. 10, 1cm, corola tubulosa, pentalobada, com dois lobos mais profundos, tubo da corola sem constrição, ramos do estilete cilíndricos, papilosos.

Cipsela rostrada, 10-12mm, rostro 6mm, 5 costada, papilosa, pápus cerdoso.

Chaptalia mandonii tem ocorrência citada para Argentina, Bolívia e Brasil, nos estados de Minas Gerais e São Paulo (Burkart 1944). D8, D9, E9: em formações de altitude, tanto nos subosques da floresta ombrófila montana, quanto nos campos de altitude. Foi coletada em flor e fruto nos meses de junho a dezembro.

Chaptalia mandonii é morfologicamente semelhante a C. runcinata, da qual pode ser diferenciada pelo fruto inteiramente papiloso, margem da folha plana, receptáculo convexo e nervuras secundárias sulcadas na face adaxial em C. mandonii, já C. runcinata apresenta frutos glabros ou papilosos apenas na base, margem da folha revoluta, receptáculo plano e nervuras não sulcadas na face adaxial. Os materiais herborizados de C. mandonii apresentam os capítulos nutantes. Segundo Burkart (1944) este é um artefato de técnica de herborização, pois in situ C. mandonii apresenta os capítulos eretos. Burkart (1944) afirma fazer uma nova combinação, ”nov. comb.”, propondo C. mandoni (Sch. Bip.) Burkart, baseada em Leria mandoni Sch. Bip. Entretanto a espécie de SchultzBipontinus (1865/66) não foi validamente publicada e Burkart estaria validando o nome de Schulz-Bipontinus, tendo assim publicando um novo táxon e atribuindo a descoberta desta a Schulz-Bipontinus. Burkart (1944) cria condições para a
validação da espécie C. mandonii ao fazer a diagnose em latim e designando os tipos baseado na coleta Mandon nº 11, que está depositada em diferentes herbários. Contudo o autor não refere qual seria o holótipo desta espécie, o que torna necessária uma lectotipificação destes materiais. Espécie pouco coletada no estado e considerada como quase ameaçada (NT), devido à ocorrência desta somente em formações de altitude e em Unidades de Conservação.

Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.

Deixe um comentário