Asteraceae – Acanthospermum australe

Subarbusto prostrado, 0,3‑0,5 m alt.; ramos cilíndricos, estriados, setosos. Folhas inteiras, opostas, pecíolo 0,2‑0,7 cm compr., lâmina 2‑2,6 × 0,8‑2,6 cm, deltóide, ápice obtuso, margem serreada a crenada, base atenuada, faces estrigosas, glanduloso-pontuadas, nervação acródroma. Capítulos radiados, solitários, pedúnculo 0,3‑1,2 cm compr.;
invólucro 6,3‑7 mm diam., campanulado; receptáculo convexo; páleas oblanceoladas, glabras, ápice truncado; brácteas involucrais 2 séries, foliáceas, esverdeadas, externas 4,7‑5 × 2,5‑3,3 mm, ovais, setosas, glanduloso-pontuadas, ápice obtuso, internas adnatas ao fruto. Flores do raio 7‑10, pistiladas, corola 1,3‑1,7 mm compr., liguliforme, branca, estrigosoglandulosa, 3‑nervada. Flores do disco 26‑28, funcionalmente estaminadas, corola 1,1‑1,6 mm compr., infundibuliforme, alva, glandulosa; anteras negras, ápice obtuso, base sagitada; estilete ca. 1,6 mm compr. Cipselas do raio 4,9‑5,5 mm compr., obovadas, equinadas, glandulosas; cipselas do disco 1,7‑2 mm
compr., lineares, lisas, glanduloso-setosas. Pápus ausente.

Espécie nativa da América Tropical, sendo considerada uma planta daninha (Lorenzi 2000). No Brasil a espécie ocorre nos Estados do Pará, Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul (Nakajima et al. 2012a). A espécie foi coletada em campo sujo, área antropizada e na transição entre campo rupestre e mata ciliar, com flores e/ou frutos em março e dezembro. Na revisão feita por Blake (1921) esta espécie é diferenciada das outras espécies pertencentes ao gênero por seus frutos com várias projeções aculeadas em seus ângulos, capítulos pedunculados e frutos obtusos com um orifício no ápice. Segundo Stuessy (1970) o gênero
possui afinidades com Melampodium, pois ambos os gêneros possuem as brácteas involucrais internas vascularizadas aderidas ao fruto. No entanto, a espécie Melampodium perfoliatum que também ocorre no Parque dificilmente pode ser confundida com Acanthospermum, pois apresenta as folhas rômbicas, flores amarelas e cipselas gibosas e lisas (vs. folhas deltóides, flores alvas, cipselas biformes e cipsela radial equinada).

Fonte: MARQUES, D. & NAKAJIMA, J. N. Heliantheae s.l. (Asteraceae) do Parque Estadual do Biribiri, Diamantina, Estado de Minas Gerais, Brasil. Rev. Hoehnea , n.42, p. 41-58, 4 fig., 2015.

Deixe um comentário