Plantas robustas; caules glabros; nós pubescentes; brotos arroxeados. Folhas com pseudoestípulas 6-30mm, orbiculares, raramente ovais, decíduas, membranáceas a subcoriáceas; pecíolo 20-55mm, glabro, flexuoso na base;
lâmina 5-16×4-13cm, triangular, raramente cordada ou sagitada, membranácea a coriácea, ápice agudo ou caudado, margem inteira, base truncada ou auriculada, glabra.
Flores inconspícuas, pouco fétidas, solitárias ou em racemos (até 12 flores), raro panículas, bracteoladas; pedúnculo 20-55mm; perigônio peltilabiado, glabro, branco-acinzentado, nervuras vinosas; utrículo 9-16×7-10mm; tubo 4-20×4mm; lábio peltado, conchóide, 6-18×15-23mm, obtuso, mucronado ou não, face interna branco-acinzentada, manchas vinosas, mancha ocelar amarelo-ouro central; ginostêmio subséssil, 3-5mm, anteras 1-3mm.
Cápsula 16-21×15-18mm, arestas crestadas, rostro 2mm; sementes 5-7×5-7mm.
Com ampla distribuição de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul, também Paraguai e Argentina. B6, C6, D6, D7, E5,
E6, F5: preferencialmente no interior e em orlas de matas secundárias, matas pluviais, matas ciliares, capoeiras e
barrancos. Coletada com flores o ano todo, à exceção de junho; a frutificação só não foi constatada em janeiro, junho,
outubro e novembro. Utilizada em fitoterapia (mesmos usos de A. gigantea).
Espécie bastante freqüente em São Paulo, A. triangularis é encontrada nos mesmos habitats de A. galeata. Hoehne (1942) afirma que esta espécie deve ser classificada entre as peltilabiadas, mas representa uma transição para as unilabiadas e daí haver sido descrita sob nomes diferentes. O mesmo autor comenta que a coloração das flores varia bastante de acordo com a localidade em que a planta cresce.
O fruto desta espécie se destaca das demais devido ao tamanho reduzido e, principalmente, às arestas crestadas. O ginostêmio é semelhante ao de A. arcuata
Fonte: CAPELLARI-JÚNIOR, L. Aristolochiaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 2, p. 39-50, 2002.