Aristolochiaceae – Aristolochia gigantea

Plantas robustas, glabras; brotos arroxeados, glaucos. Folhas com pseudoestípulas 10-35×10-30mm, orbiculares,
membranáceas; pecíolo 3-10cm, flexuoso; lâmina 5,0-14,2×4,5-13cm, cordiforme a deltóide, membranácea, ápice agudo, margem inteira, base auriculada, glabra.

Flores exuberantes, fétidas ou não, solitárias (raro em racemos), bracteadas; pedúnculo 18,5-29cm; perigônio peltilabiado, glabro, glauco; utrículo 7-8,5×3-5,5cm, verde-amarelado claro, nervuras verdes; tubo 25-40×5-15mm; lábio peltado, cordiforme, pouco côncavo, pregueado, 19-38×16-26cm, agudo ou arredondado, mucronado ou não, região apical côncava, fundo branco-acinzentado, manchas marmóreas vermelhas, claro nas bordas atropurpúreo, circundando mancha ocelar central amarelo-queimado; ginostêmio estipitado, 14-17mm; anteras 6-9mm.

Cápsula 11,5-12,5×2,0-2,5cm, rostro 1-2cm, disco apical 5mm diâm.; sementes 8×7mm.

Nativa na Bahia e Minas Gerais, sendo subespontânea e cultivada em diversos estados. C5, D6, E7: ocorre em áreas úmidas como margens de rios, matas secundárias, pastagens e bordas de estradas. Coletada com flores no período de agosto a junho e com frutos em diversos meses, sem constituir um período definido. Cultivada por suas flores e suas propriedades terapêuticas. O sistema subterrâneo, o caule e as sementes são amplamente utilizados na forma de extrato, decocto (em banhos), infuso, pó, tintura, elixir, vinho e xarope. Internamente, como emenagogo, estimulante, tônico, diurético, febrífugo, sedativo (em histeria e convulsões) e anti-ofídico. Externamente, em afecções cutâneas, no prurido do eczema seco, banhos contra a orquite, etc. Em altas dosagens pode ser tóxica provocando a “embriaguêz aristolóquica” (náuseas, dejeções iterativas, pulso freqüente e farto, sono agitado e perturbações cerebrais). No paisagismo, é cultivada em cercas e caramanchões.

Trata-se de uma espécie facilmente identificável assemelhando-se no aspecto floral à espécie colombiana A. cordiflora Mutis, que não ocorre no Brasil. Apesar do tamanho avantajado de suas flores, muitas vezes, A. gigantea tem sido identificada como A. elegans, que apresenta flores de tamanho muito mais reduzido, ainda que ambas tenham as estruturas vegetativas muito semelhantes. As flores apresentam forte odor nauseabundo ou leve fragrância de erva-cidreira, de acordo com o local.

Fonte: CAPELLARI-JÚNIOR, L. Aristolochiaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 2, p. 39-50, 2002.

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