Trepadeiras herbáceas; látex alvo. Ramos glabros, não lenticelados, coléteres inter e intrapeciolares presentes. Folhas opostas; pecíolo ca. 0,6 cm compr., glabro a glabrescente; lâmina 2,6−4,9 × 2−2,4 cm, elíptica, coriácea, base arredondada, margens revolutas, eventualmente ciliadas, ápice obtuso a cuspidado, glabra em ambas as faces, coléteres-2 na base da lâmina na face adaxial; venação broquidódroma. Cimeiras laterais, 2–4 flores; bráctea escariosa, ca. 1 × 0,5 mm, glabra; pedúnculo 0,3−0,4 cm compr., glabro; pedicelo 1,3−1,6 cm compr., glabro. Sépalas 1,8−2 × 1,4−1,5 mm, ovadas, ápice agudo, externamente glabras, coléteres alternos na base da face interna. Corola rotácea, esverdeada, ciliada apenas nos lobos; tubo ca. 0,5 mm compr.; lobos 6−7 × 3−5,5 mm, largo-ovados. Corona simples, ca. 3,2 mm compr., cotiliforme. Anteras ca. 3,5 mm compr., apêndice membranáceo ca. 1,1 × 1,7 mm. Retináculo ca. 0,4 mm compr.; caudículas ca. 0,2 mm compr.; polínias ca. 0,4 × 0,4 mm, inseridas subterminalmente às caudículas. Ovário 1,2−1,6 mm compr., ovoide, glabro; nectário ausente; ginostégio ca. 1 mm compr., ápice tenuamente mamilado. Frutos folículos, ca. 6 × 2 cm, glabros. Sementes comosas, ca. 0,5 × 0,2 cm, coma alva.
Distribui-se pelo Paraguai, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa, Suriname, Colômbia, Brasil e Paraguai (Rapini 2010). No Brasil Blepharodon pictum ocorre em praticamente todo o país, exceto no Piauí, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, nos domínios da Amazônia, Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica (BFG 2015). Na USJ a espécie ocorre em bordas de mata e pode ser reconhecida pelas flores de corola esverdeada, de margens ciliadas e corona simples e cotiliforme.
Fonte: COUTINHO, T. S & LOUZADA, R. B. Flora da Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Apocynaceae. Rev. Rodriguésia , n. 62, p. 699-714, 2018.