Árvores 6-30m, látex branco; tronco com ritidoma sulcado, acinzentado; ramos jovens glabrescentes a pubérulos, lenticelas aleatoriamente dispostas. Folhas não congestas nos ápices dos ramos, cartáceas; pecíolo 1cm; lâmina 5-14×1,5-4cm, obovada a elíptico-oblonga, ápice obtuso, emarginado a agudo, base atenuada, face adaxial glabra, brilhante, com raríssimos pêlos, face abaxial um pouco discolor, glabra ou curto-serícea, nervuras secundárias e terciárias proeminentes em ambas as faces, nervuras marginais ca. 1mm da margem, nervuras secundárias numerosas, quase paralelas entre si.
Inflorescência subapical, dicásio composto modificado, pubérula; pedúnculo 3cm. Pedicelo 1mm, pubérulo; cálice 2mm, lacínias largamente ovadas, agudas, vilosas com pêlos amarelo-acinzentados; corola branca, glabra externamente, com alguns pêlos perto dos lobos, tubo 2,5mm, lobos 1,5mm, ovados, eretos; estames inseridos no quarto superior do tubo da corola; ovário densamente pubérulo. Folículos 3-4×1cm, oblongos a obovados, mais ou menos cilíndricos, alongados, castanhos, com lenticelas, mucronados; sementes 3cm, ala lateral, basal.
Ocorre em matas da América do Sul, principalmente da Colômbia e do Brasil (matas de planalto), podendo aparecer até na caatinga. C5, C6, C7, D1, D4, D5, D6, D7, D9, E6, E7, F4. Coletada com flores principalmente de setembro a novembro e com frutos de abril a outubro. Dentre as espécies do gênero, esta é a que possui maior valor comercial, conhecida sob o nome de peroba, muito usada em construções civis e na confecção de móveis.
Destaca-se pela sua altura, seu fuste reto e córtex sulcada longitudinalmente. Seus frutos alongados são muito parecidos com os frutos de Aspidosperma cylindrocarpon mas estes são bem maiores.
Fonte: KINOSHITA, L. S. Apocynaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 35-92, 2005.