Apocynaceae – Aspidosperma cuspa

Arvoretas ou arbustos 5m, látex branco; ramos castanhos, velutinos a estrigosos quando jovens, lenticelas aleatoriamente dispostas. Folhas não congestas, firmemente membranáceas; pecíolo 0,5cm; lâmina 2,5-13,5×1,5-8cm, elíptica, oval ou elíptico-obovada até estreitamente elíptica, discolor, nervura submarginal aparente.

Inflorescência opositifólia, com aspecto axilar ou extra-axilar conforme o desenvolvimento da planta, paniculada; pedúnculo seríceo-viloso, 3-4cm. Pedicelo 1mm, seríceo-viloso; bractéolas persistentes; cálice 2mm, lacínias ovadas,
agudas, com pêlos diminutos brancacentos e, nas extremidades, pêlos mais longos; corola amarelada, glabra externamente, internamente com pêlos diminutos abaixo da inserção dos estames, tubo 3mm, com espessamento da
parede na fauce, lobos 1mm, carnosos, ovados, obtusos, eretos na antese; estames inseridos na metade superior do
tubo; ovário glabro. Folículo 2-4×1,5cm, oblongo, falciforme, alongado, achatado lateralmente, costa proeminente, às vezes mucronado, castanho, com lenticelas diminutas; sementes oblongas, 4 por folículo, as basais com ala apical, as apicais com ala basal, as apicais internas às basais.

Ocorre em mata seca, cerrado e caatinga de algumas ilhas da América Central, Colômbia, Venezuela, Brasil (regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste) e Paraguai. B4, B6, C6, D5. Coletada com flores durante o ano todo, principalmente de maio a setembro.

Esta espécie possui a distribuição mais ampla do gênero, ocorrendo desde o Haiti e República Dominicana até o
Paraguai, sendo a única espécie que ocorre nas Índias Ocidentais. Ela distingue-se tanto pelo fruto como pelo tipo de
inflorescência. O fruto difere dos demais do gênero pela forma e, principalmente, pela posição das alas das sementes.
Ilustrações em Ezcurra et al. (1992).

Fonte: KINOSHITA, L. S. Apocynaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 35-92, 2005.

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