Annonaceae – Annona monticola

Subarbusto pouco ou não ramificado 20-50 cm alt. Ramos ocráceo-tomentosos, sulcados longitudinalmente principalmente na região de
inserção das folhas, pecíolo, face abaxial das folhas, pedicelo e face abaxial das brácteas, sépalas e pétalas cinéreo a ocráceo-tomentosas. Entrenós 2-6,5 cm compr. Pecíolo 7-10 mm compr.; lâmina foliar oblongo-elíptica, 7-23 cm compr., 4,5-10 cm larg., coriácea, face adaxial brilhante, glabra, exceto por tricomas esparsos sobre a nervura primária, ápice arredondado a agudo, base obtusa, nervação impressa na face adaxial e proeminente na abaxial, broquidódroma nos 3/4 distais e eucamptódroma no quarto proximal, 7-14 pares de nervuras secundárias, retas, em ângulo de 40-50° com a nervura primária, anastomosadas em arco 3-5 mm da margem, esta plana, domácias ausentes. Profilo não visto.

Flores solitárias, terminais ou opositifólias; pedicelo ca. 1 cm compr.; botões ovoides; brácteas 3, a proximal
estreito-lanceolada, ca. 20 mm compr., ca. 7 mm larg., a distal depresso-ovada, amplexiflora, ca. 5 mm compr., ca. 15 mm larg.; sépalas largamente ovadas, ca. 1 cm compr., glabras na face adaxial; pétalas externas ligeiramente imbricadas no ápice, largamente ovadas,        3,3-3,5 cm compr., 2,6-3 cm larg., pétalas internas obovadas a oblongas, ápice obtuso, 2,6-3,4 cm compr., 2,2 cm larg., pétalas áureo-vilosas na face adaxial e áureo tomentoso-velutinas na abaxial; estames 5 mm compr., apêndice do conectivo glabro, estaminódios ausentes; carpelos densamente áureoseríceo-tomentosos. Fruto obovoide, 5-7 cm compr., 4,5-5,5 cm diâm., aréolas apiculadas, fulvo-seríceotomentoso.

Annona monticola é subarbusto ereto que alcança 2 m de altura (Fries 1931) mas, na Serra do Cipó, atinge somente cerca de 50 cm de altura. Ocorre nos cerrados, no alto e nos sopés de serras nas terras altas do Brasil central. Na Cadeia do Espinhaço, encontra-se de Belo Horizonte a Itacambira, ocorrendo também na Serra do Cabral. Vai daí a Paracatu (MG) e Brasília, estendendo-se, em Goiás, a Cristalina e
região de Alto Paraíso de Goiás. Ocorreria também no Mato Grosso e São Paulo (Maas et al. 2010). É facilmente reconhecida por ser subarbusto com grandes folhas coriáceas, glabras e brilhantes na face adaxial, em evidente contraste com a face abaxial densamente tomentosa.

Fonte – Mello-Silva, R., Lopes, J.C. & Pirani, J.R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Annonaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, 24(1), 37-56, 2006.

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