Erva prostrada, 40-60 cm alt.; ramos quadrangulares, glabros. Pecíolo até 2 mm compr.; lâmina 1,5‑5,5 × 0,3‑1,3 cm, oblonga, obovada ou lanceolada, ambas as faces glabras, ápice agudo a arredondado, base truncada a obtusa.
Inflorescência em espigas secundifloras, com 1 flor; brácteas 1‑2 × 0,5‑1 mm, triangulares, glabras em ambas as
faces; bractéolas 1‑2 × ca. 0,5 mm, lanceoladas a triangulares, no mais similar à bráctea. Cálice 7‑9 mm compr., lacínias 5, 6‑8 × ca. 1 mm, lineares, glabras em ambas as faces. Corola roxa a lilás com máculas alvas no centro, 1,4-2 cm compr., internamente glabra, externamente pubérula, com tricomas glandulares, tubo 7-9 mm compr., curvo, lábio superior 7‑8 × ca. 3 mm, bilobado no ápice, lábio inferior 0,8‑1,4 × 0,2‑0,4 cm. Filetes ca. 6 mm compr., anteras
ca. 2 mm compr., tecas oblíquas, múticas. Estilete ca. 1,5 cm compr., glabro; disco nectarífero cupular lobado. Cápsula 1,2‑1,5 cm compr., glabra com porção fértil fusiforme, constrita entre as sementes; sementes 4, ca. 4 mm diâm., suborbiculares, tuberculadas, borda lacerada.
Justicia laevilinguis habita ambientes palustres e é caracterizada pela inflorescência secundiflora, com amplas flores roxas com linhas brancas na fauce. Estudos recentes têm incluído vários sinônimos nesta espécie, até mesmo de táxons designados a gêneros distintos por Nees (1847a). A espécie é reportada para a Colômbia, Venezuela, Peru, Bolívia, Uruguai, Paraguai, nordeste da Argentina, sul do Brasil, além dos Estados da Bahia e Mato Grosso do Sul (Ezcurra 2002), tendo as folhas mais estreitas, ca. 2 mm de larg., no Mato Grosso do Sul. É comum em beira de
lagoas, sobre solos arenoso-argilosos no semiárido da Bahia. Floresce do verão ao inverno, frutificando principalmente no inverno.
Fonte:
CÔRTES, A.L.A & RAPINI, A. Justicieae (Acanthaceae) do Semiárido do Estado da Bahia, Brasil. Rev. Hoehnea, v. 40, n. 2, p. 253-292, 18 fig., 2013.