Trepadeiras. Caule suberoso. Ramos cilíndricos, entrenós 4,7–7,9 cm de compr. Pseudoestípulas ausentes. Pecíolo 1,5–2,8 cm de compr. glabro; lâmina estreito-oval, 6,5–14 × 2,3–5,2 cm, papirácea a cartácea, face adaxial e abaxial glabras, base cordada (sinus ca. 4,5 mm de profundidade), não peltada, ápice agudo a levemente acuminado, venação primária basal 3(5).
Inflorescências unifloras, não subtendidas por brácteas. Pedúnculo + ovário 7,2–8 cm de compr. Perianto glabro, bege com estrias vináceas; utrículo suborbiculado, 2,4 × 1,8 cm; siringe ausente; tubo funiforme, 1,1 cm compr. × 0,4 cm (proximal) – 0,7 cm (distal) diâm; limbo unilabiado, estreitooblongo, 4,9 × 0,5 cm, convexo, vermelho, glabro,
fímbrias ausentes, base unguiculada, não-peltada, margem denteada, ápice agudo, acúmen ausente. Ginostêmio estipitado, ca. 5 mm compr., estipite 1 mm compr.; anteras oblongas, 3 mm de compr.
Cápsula curtamente cilíndrica, 2–3,6 × 1,5–2 cm, veia média do mericarpo não proeminente, rostrada, rostro 2–2,5 mm de compr.; sementes amplamente ovais, 5 × 4,5 mm, planas, verrucosas, não-aladas, rafe proeminente.
Possui distribuição restrita à Mata Atlântica, endêmica até então para o estado do Rio de Janeiro (BFG 2015), sendo este o primeiro para o Espírito Santo. Encontrada em Florestas Ombrófila Densa Montana e Submontana (Fig. 12), a espécie ocorre em ambientes com maior intensidade luminosa ou no interior de floresta.
Dentre as espécies capixabas sem pseudoestípulas, A. cynanchifolia é uma representante de A. subsérie Hexandrae
e morfologicamente próxima à A. arcuata e A. longispathulata, diferindo destas pelo limbo com margem denteada (vs. margem rugosa), ausência de fímbrias (vs. presentes nas demais) e pela face abaxial da folha glabra (vs. densamente pubescente). Aristolochia cynanchifolia pode ser considerada Em Perigo (EN) de acordo com os critérios da IUCN (2010, 2015): A2c, B1(ii,iii) + 2ab(ii,iii), com AOO = 20 km2 e EOO = 674 km2.
Fonte: FREITAS, J. & ALVES-ARAÚJO, A. Flora do Espírito Santo: Aristolochiaceae. Rodriguésia, v. 68, n. 5, p. 1463-1472, 2017.