Aristolochiaceae – Aristolochia labiata

Plantas robustas, glabras; brotos arroxeados. Folhas com pseudoestípulas 16-34×15-31mm, ovaladas a orbiculares,
membranáceas; pecíolo 43-105mm, base flexuosa; lâmina 7-14×7,8-15cm, cordiforme (raro reniforme), membranácea, ápice obtuso, margem inteira, base auriculada, glabra.

Flores grandes, fétidas, solitárias, bracteadas; pedúnculo de 12-22cm, glabro; perigônio bilabiado, glabro; utrículo
37-75×19-52mm, amarelo-alvacento, reticulado ou maculado vermelho-pálido; tubo 15-23×8-13mm lábio inferior
estreitamente lanceolado, carenado, reto ou curvo para cima, 54-132×14-30mm, mucronado, internamente negro,
tricomas avermelhados ou amarelados; superior pendente, constrito na base, lâmina reniforme (raro subrotunda),
pouco carenada, 5-115×72-187mm, obtusamente auriculada, maculada de vermelho; ginostêmio subséssil, 6-11mm.

Cápsula 75×25-32mm; sementes não observadas.

Ocorre na Região Nordeste nos Estados do Ceará, Pernambuco e Bahia, descendo pelo Espírito Santo até São Paulo, também em outros países como Peru e Cuba, porém, sem referências quanto ao fato de serem ou não espontâneas nessas regiões. E7: áreas de matas, especialmente ambientes úmidos, como margens de regatos e matas costeiras. É cultivada nos Estados Unidos da América e Inglaterra, devido ao exotismo de sua flores e talvez, às suas propriedades terapêuticas (mesmos usos de A. gigantea). Coletada com flores de novembro a maio e com frutos em abril.

Espécie muito semelhante à A. galeata e freqüentemente confundida com esta. A. labiata apresenta lábio inferior mais estreito e aguçado, superior mais largo que comprido, base do lábio superior, geralmente, cordada. Hoehne (1942) assinala a existência de duas variedades: var. macrophylla Duch. (sinônimo de A. ornithocephala Hook.) e var. parviflora Duch. No material examinado, notou-se que existem diferenças significativas entre os tamanhos de perigônios de alguns exemplares, porém, a separação destes em duas variedades seria, sem dúvida, precipitada uma vez que fatores ambientais podem influenciar no tamanho das flores.

Fonte: CAPELLARI-JÚNIOR, L. Aristolochiaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 2, p. 39-50, 2002.

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