Plantas robustas, glabras, órgãos subterrâneos tuberiformes; brotos roxos. Folhas com pseudoestípulas 20-44mm, cordiformes a orbiculares, membranáceas; pecíolo 2,7-9cm; lâmina 5,2-15,4×6,2-16,7cm, reniforme, membranácea, ápice obtuso (retuso), margem inteira, base auriculada, face adaxial pubescente, abaxial glabra.
Flores vistosas, fétidas, solitárias (ou conjugadas), bracteadas; pedúnculo 9-13,5cm; perigônio bilabiado, exterior venulado purpúreo, a verde musgo; utrículo 35-57×17-35mm; tubo 18-32×6-10mm; lábio inferior lanceolado, carenado, 45-116×26-44mm, agudo, mucronado, verde-limão, tricomas purpúreos; superior com uma região basal bem estreita e uma apical laminar, pendente, orbicular a subrotunda, ondulada, 40-115×30-105mm, base arredondada, emarginada, branco-amarelada, marmoreado púrpura; ginostêmio subséssil, 6-12mm; anteras 6-7mm.
Cápsula 55-65×30mm; sementes 10-13×8-9mm.
Ocorre em Goiás, Minas Gerais e Rio de Janeiro até São Paulo. C4, C6, D6, D7, E4, E5, E6, E7: sub-bosque de matas ciliares, matas de altitude, cerrados, campos rupestres, brejos e áreas em regeneração como bordaduras de estradas, reflorestamentos e pastagens. Coletada com flores o ano todo, à exceção do mês de julho, e com frutos de setembro a março. Devido a freqüência e ao vigor, esta espécie é a que mais tem sido utilizada em práticas terapêuticas (mesmos usos de A. gigantea).
Muito abundante no Estado de São Paulo ocorrendo preferencialmente em áreas perturbadas. Muitas vezes confundida com A. labiata e até mesmo com A. cymbifera sendo que a diferenciação não é muito simples. A. galeata
e A. labiata, em termos vegetativos, são idênticas. Os caracteres do perigônio, que auxiliam a separação, foram citados na diagnose de A. labiata. Notou-se um polimorfismo muito acentuado nos perigônios de A. galeata e o mesmo pode ser encontrado até mesmo em flores de um mesmo ramo como foi constatado num indivíduo de mata
ciliar do município de Ipeúna (SP), onde a lâmina do lábio superior variava de orbicular a oblonga, e neste caso
aproximando-se de A. esperanzae.
Fonte: CAPELLARI-JÚNIOR, L. Aristolochiaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 2, p. 39-50, 2002.