Aristolochiaceae – Aristolochia arcuata

Plantas volúveis ou prostradas, com órgãos subterrâneos de reserva, ramos glabros ou levemente pubescentes. Folhas sem pseudoestípula; pecíolo 1-4cm, glabro ou pubérulo, lâmina 3,5-16×1,5-8,5cm, sagitada, cordato-sagitada
ou oblongo-sagitada, membranácea, ápice agudo a obtuso, margem inteira ou sinuada, base torcida; auriculada, face
adaxial glabra, abaxial tomentosa.

Flores pequenas, marrom a verde-musgo, solitárias, sem brácteas; pedúnculo 1,5-5cm, pubescente; perigônio unilabiado, pubérulo; utrículo obovóide, 15-27×9-15mm; tubo 20-25×3-4mm; lábio espatulado, 30-35×8-12mm, manchas retangulares marrons, tricomas eretos, ápice retuso, com ou sem minúsculo múcron, manchas dendróides negras, mancha hemi-aneliforme apical, negro-brilhante, barbelas negras, flexuosas; ginostêmio estipitado, 5-10mm; anteras 3-5mm.

Cápsula 4-8×1,4cm, pericarpo retorcido; sementes 4-5×3-4mm.

Ocorre nos Estados do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro até o Paraná. B6, C5, C7, D5, D6, D7, E6, E7: campos-cerrados, sub-bosques de matas fechadas, matas ciliares e áreas reflorestadas, áreas perturbadas como beiras de matas e estradas, em meio a pastagens e culturas diversas. Coletada com flores em quase todos os meses do ano (exceto julho), com frutos em janeiro, fevereiro, março, maio, julho, agosto, outubro e novembro. Provavelmente é fitoterápica (devido à semelhança com A. odora), porém é a espécie mais freqüente como planta invasora em áreas cultivadas.

Muito freqüente em São Paulo. É às vezes confundida com espécies afins como A. robertii Ahumada da Região Sul, A. papillaris Mast. da Região Nordeste, A. barbata Jacq. e A. amazonica Ule, ambas da região amazônica. As formas campestris e silvestris propostas por Hoehne (1942) revelaram-se inconsistentes (Capellari Jr., ined.). A cápsula desta espécie distingue-se totalmente das cápsulas das demais examinadas para o Estado de São Paulo, devido à torção do pericarpo após a deiscência. Apesar de ser perene, nos meses de inverno, apresenta-se com a parte aérea total ou parcialmente dessecada.

Fonte: CAPELLARI-JÚNIOR, L. Aristolochiaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 2, p. 39-50, 2002.

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