Árvores, casca cinza, longitudinalmente fissurada; ramos lenticelados; coléteres nas axilas das folhas. Folhas
verticiladas, 4 por nó; pecíolo 2-4cm; lâmina membranácea, 4-34(-36)×1,5-8,6cm, oblongo-ovada a oblongoelíptica, ápice obtuso-acuminado, base atenuada, margem inteira, glabra, discolor, venação broquidódroma, nervuras evidentes em ambas as faces.
Inflorescência axilar ou terminal, multiflora; pedúnculo 2,5-6,3cm, glabro; brácteas 1-2mm, escariosas, ovadas, glabras. Pedicelo 2,4-5mm, glabro; lacínias do cálice 1,5-2mm, ovadas, ápice agudo; corola branca, hipocrateriforme, tubo 4,2-5,4×2-2,4mm, viloso internamente abaixo e acima dos estames, lobos 1,5-3,4×1-3mm, ovados, ápice agudo a arredondado; estames inseridos próximo a fauce, anteras 0,7-1,5mm, ovadas, subsésseis; disco nectarífero anelar, ovário apocárpico, 0,7-1,2mm, estilete 1-3mm, cabeça do estilete 0,6-0,9mm, cilíndrica, com uma pequena coroa membranácea na base. Mericarpos drupáceos 9-13×6-8mm, apocárpicos, elipsóides, lisos; sementes elipsóides,
rugosas.
Sudeste do Brasil até nordeste da Argentina e leste do Paraguai. C7, D6, D7, D9, E6, E7. Coletada com flores de setembro a novembro e com frutos de novembro a maio. A casca amarga é empregada na medicina popular contra os males do estômago.
Em observações recentes com duas populações desta espécie, ambas na região de Campinas, foi constatada a existência de dioicia funcional e dimorfismo sexual. As plantas funcionalmente femininas apresentaram estiletes mais curtos (1-1,3mm contra 2-3mm nas masculinas) e anteras menores e vazias. Além desses caracteres, alguns
indivíduos apresentaram toda a flor com proporções menores que as flores funcionalmente masculinas, mas esse caráter não se mostrou constante.
Fonte: KINOSHITA, L. S. Apocynaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 35-92, 2005.