Lianas; ramos puberulentos a glabros, lenticelados. Folhas opostas; pecíolo 2-5mm; lâmina cartácea a subcoriácea,
2,2-6,2×1,1-3,2cm, elíptica a ovado-elíptica, ápice acuminado a cuspidado, base aguda, margem inteira, face adaxial
glabra, face abaxial com domácias pubescentes nas axilas das nervuras.
Inflorescência tirso aberto, cônico, terminal, maior ou igual às folhas subtendidas, eixo puberulento; pedúnculo 0,8-2,2cm; brácteas ca. 1mm, ovadas, glabras. Flores ca. 5mm; pedicelo 3-4mm; lacínias do cálice 1-2mm, ovadas, arredondadas no ápice, puberulentas a glabras ou somente a margem ciliada, coléteres opostos na base da face adaxial; corola branco-creme, tubo ca. 4mm, piloso internamente, lobos 4-5×1mm, oblongos; estames com filetes coalescidos ao estilete, anteras exsertas, 2-3mm; lobos dos nectários ovados, ovário piloso no ápice, 1-1,5mm, cabeça do estilete ca. 1,5mm. Folículos 26-30×0,1-0,2cm, moniliformes, 1-4cm entre sementes, subparalelos, ápices uncinados; sementes 7-13, 6-9×1mm.
Ocorre no Brasil, do Mato Grosso do Sul e São Paulo em direção ao sul, no Paraguai, Argentina e Bolívia. B3, B4, C1, C5, C6, D3, D4, D5, D6: matas e cerrados. Coletada com flores em outubro e novembro e com frutos de dezembro a julho.
Forsteronia glabrescens tem sido amplamente coletada no Estado e na maioria das vezes é facilmente reconhecível por suas folhas pequenas e subcoriáceas. Em algumas ocasiões, porém, possui características morfológicas muito semelhantes a F. australis da qual se distingue principalmente pelo indumento mais denso na inflorescência e nas lacínias do cálice desta última. Hansen (inéd.) citou que estas espécies são alopátridas, mas verificou-se a ocorrência de simpatria em algumas regiões do Estado. Além disso, foram observados indivíduos com características intermediárias entre estas duas espécies, o que vem a sugerir a possibilidade de hibridização. F. glabrescens também pode ser confundida com F. leptocarpa (Hook. & Arn.) A. DC., que possui distribuição mais restrita ao litoral do Estado, e da qual se distingue pelas inflorescências mais laxas e frutos moniliformes.
Fonte: KINOSHITA, L. S. Apocynaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 35-92, 2005.