Planta volúvel. Ramos cilíndricos, sem lenticelas, pubescentes. Folhas com pecíolo 3–14 mm compr.; lâmina 37–10 × 8–45 mm, elíptica, ápice atenuado, base cordada, margem inteira, glabrescente na face adaxial e pubescente a tomentosa na face abaxial, com coléteres ao longo da nervura central na face adaxial, nervação broquidódroma.
Inflorescências axilares, 4–23-floras, 1,7–6,9 cm compr.; pedúnculo 11–16 mm compr., piloso; brácteas estreito-triangulares. Flores com pedicelo 0,1–4 mm compr., pubescente; sépalas 1–2 × 1–1,5 mm, pilosas, lanceoladas, com coléteres opostos; corola infundibuliforme, amarela, pilosa, tubo inferior 26–31 × 3–5 mm, cilíndrico, tubo superior 2,2–3 × 1,6–2,1 cm, campanulado, lobos ca. 2,5 × 2,6 cm, patentes, obliquamente obovados; anteras ca. 1 cm comp.,
triangulares, lignificadas no dorso, ápice cuspidado, base sagitada, glabras; ovário ovoide, glabro, estilete ca. 3,1 cm compr., cabeça do estilete ca. 0,2 mm compr.; disco nectarífero 5-lobado. Folicários 3–25 × 0,1–4 cm, glabros; sementes 8–20 × 1–2 mm, estreito-elípticas, glabras.
Mandevilla scabra difere-se das demais espécies da área de estudo pela presença de coléteres na nervura central da lâmina foliar e corola infundibuliforme amarela, levemente zigomorfa. Muitas vezes confundida com M. hirsuta por
também apresentar flores infundibuliformes amarelas, porém M. scabra apresenta sépalas e brácteas menores e indumento piloso evidente nos ramos e folhas. Suas flores podem variar de amarelo claro a amarelo forte, mas sempre com a fauce vermelha.
A espécie apresenta ampla distribuição nos neotrópicos, do sudoeste do México ao norte da Argentina (BFG 2015). No Brasil ocorre nas regiões: Norte (AC, AM, AP, PA, RO, RR, TO), Nordeste (AL, BA, CE, MA, PB, PE, PI, RN, SE),
Centro-Oeste (DF, GO, MS, MT), Sudeste (ES, MG, RJ, SP), Sul(PR, RS, SC) (BFG 2015). Ocorre nas cangas da Serra dos Carajás na Serra Norte: N1, N2, N3, N4, N5, N6, N7 sem registro para N8; Serra Sul: S11D a S11A; e Serra Arqueada. Encontrada nas área aberta e área de transição para mata, florescendo nos meses de outubro a maio e
frutificando nos meses de janeiro a maio.
Fonte: FERNANDES, G. E. A.; MOTA, N. F. de O. & SIMÕES, A. O. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Apocynaceae. Rev. Rodriguésia, n. 69, p. 003-023, 2018.