Apocynaceae – Matelea ganglinosa

Trepadeiras lenhosas. Ramos tomentosos, coléteres interpeciolares ausentes. Pecíolo 1,7−5,9 cm compr., pubescente. Lâmina foliar 4,3−11,5 × 2,4−8 cm, cordiforme, membranácea a cartácea, base cordada, margens levemente revolutas, ápice acuminado, face adaxial pubescente, abaxial lanosa. Umbelas laterais, ca. 4 flores; bráctea ca. 6 × 1 mm, serícea; apenduncular; pedicelo ca. 0,2 cm compr., seríceo. Sépalas 3−3,6 × 1,2−1,6 mm, lanceoladas, ápice agudo, pilosas externamente. Corola esverdeada a amarronzada, pilosa; tubo ca. 5 mm compr.; lobos 4−4,5 × 3−3,5 mm, lanceolados, papilosos. Corona simples, anelar, sinuosa, ca. 2 mm compr., glabrescente. Anteras ca. 0,8 × 1,5 mm; apêndice membranáceo não observado. Retináculo 0,1−0,2 mm compr.; caudículas ca. 0,1 mm compr.; polínias ca. 0,8 × 0,4 mm, inseridas lateralmente às caudículas. Ovário 1,6−2 × 1,7 mm; ginostégio ca. 1,2 mm compr, levemente depresso. Frutos folículos, 7,5−8,5 × 3−3,5 cm, tomentoso, com projeções filiformes. Sementes comosas, 0,5−0,6 cm compr., coma alva.

Endêmica do Brasil, distribui-se nas regiões Nordeste e Sudeste (BFG 2015; Rapini & Farinaccio 2008), habitando a Caatinga e Mata Atlântica (BFG 2015). Na USJ Matelea ganglinosa ocorre em bordas de mata e difere de M. orthosioides principalmente pela lâmina foliar indumentada (vs. glabra) e cordiforme (vs. elíptica), e representa um novo registro para a área de estudo. Para Rapini (2010), M. ganglinosa assemelha-se a M. maritima (Jacq.) Woodson, esta restrita ao Norte do país, diferindo pelo ápice do ginostégio truncado, levemente depresso (vs. conspicuamente rostrado) e frutos com projeções filiformes (vs. muricados).

Fonte: COUTINHO, T. S & LOUZADA, R. B. Flora da Usina São José, Igarassu, Pernambuco: Apocynaceae. Rev. Rodriguésia , n. 62, p. 699-714, 2018.

Deixe um comentário