Erva 11–36,5 cm alt., ereta, submersa fixa a palustre, estoloníferas. Folhas completas, acródomas; pecíolo 8–25,5 × 0,05–0,2 cm, trígono a compresso; limbo 2,7–7,5 × 0,5–1,1 cm, elíptico a estreito-elíptico, 3-nervado, ductos translúcidos não visíveis, base atenuada contínua com bainha invaginante, ápice agudo.
Inflorescências (1–)2(–3) verticilos umbeliformes; pedunculo 4,5–33 × 0,06–0,1 cm, trígono, glabro; porção basal 4,5–27,5 cm comp.; porção interverticilar 2,5–6,5 cm comp.; brácteas 3–6 × 2–3 mm, ovadas a deltoides, glabras,
ápice agudo. Flores pediceladas, monoclinas; pedicelo 17–40 × 0,4–0,7 mm, sub-cilíndrico a trígono, glabro; sépalas verdes, 3–3,5 × 2,5–3 mm, largo-ovadas a orbiculares, glabras, ápice obtuso; pétalas alvas, 4–5 × 4–4,5 mm, curtounguiculadas, glabras, limbo sub-orbicular, ápice arredondado; estames 9, filete cônico, ca. 2 mm comp., antera basifixa, ca. 1 mm comp., rimosa; carpelos 16–18, ca. 1,5–2,5 ×1 mm, fusiformes, lateralmente compressos. Aquênios ca. 1,5–2,5 × 1,5 mm, suborbiculares, lateralmente compressos, com bico lateral curvo.
As espécies de Helanthium possuem delimitação problemática, especialmente quanto a diferenciação de H. tenellum de H. bolivianum (Rusby) Lehtonen & Myllys (e.g. Haynes & HolmNielsen 1994; Jérémie et al. 2001), taxa que se
assemelham, vegetativamente e na morfologia floral (e.g., Haynes & Holm-Nielsen 1994). O basiônimo de H. tenellum, foi descrito como tendo nove estames (Schultes & Schultes1830), enquanto o basiônimo de H. bolivianum é tratado em seu protólogo como uma espécie de seis estames (Rusby1927). Apesar de essa característica não ser usada em obras subsequentes com o grupo (e.g., Haynes & Holm-Nielsen 1994; Koehler & Bove 2004), optamos por usar esse caráter, assim como a ausência de ductos translúcidos visíveis nas folhas [caráter usado em Haynes & Holm-Nielsen (1994); Koehler & Bove (2004)], para confirmar a identificação do táxon de Carajás como H. tenellum.
Espécie distribuída do Canadá à Argentina (Govaerts 2016). No Brasil, ocorre no Amazonas, Bahia, Ceará, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Rio de Janeiro, Roraima, Santa Catarina, São Paulo (Haynes & Holm-Nielsen 1994; Pott & Pott 2000; Matias & Sousa 2011). Na Serra dos Carajás, ocorre na Serra Norte: N1 e N3, Serra Sul: S11A e S11B, e Serra do Tarzan. Espécie comum nas formações de canga em bordas de lagoas, brejos e em campos brejosos alagados.
Fonte: HALL, C.F & GIL, A. dos. S.B. Flora das cangas da Serra dos Carajás, Pará, Brasil: Alismataceae. Rev. Rodriguésia, v. 67, n. 5 (Especial), p. 1195-1199, 2016.