Arbusto, ca. 50 cm alt.; ramos cilíndricos, pubescentes. Pecíolo 1‑2 mm compr.; lâmina 4,7‑8,5 × 2,5‑4 cm, elíptica, esparsamente hirsuta em as ambas faces, com tricomas concentrados nas nervuras, ápice agudo a apiculado, base longamente decorrente.
Inflorescência em espigas axilares e terminais; brácteas 7‑10 × ca. 1 mm, lanceoladas, esparsamente híspidas, abaxialmente com tricomas glandulares, ciliadas; bractéola 1, 7‑8 × ca. 0,7 mm, lanceolada, no mais, similar às brácteas. Cálice ca. 8 mm compr., lacínias 4, 8‑11 × ca. 0,3 mm, lineares, no mais, similar às brácteas. Corola lilás, 2‑3 cm compr., internamente glabra, externamente hirtela, tubo 1,7-2 cm compr., ereto, lábio superior 4‑11 × ca. 3 mm, bilobado no ápice, lábio inferior 3‑9 × ca. 4 mm. Filetes 2‑7 mm compr., tecas a superior 1-1,7 mm compr., a inferior
0,5-1 mm compr., apendiculada na base, tecas superpostas. Estilete ca. 2 cm compr., glabro; disco nectarífero cupular bilobado.
Cápsula 6‑7 mm compr., pubérula, com porção fértil fusiforme, constrita entre as sementes; sementes 4, ca, 1,7 mm diâm., arredondadas, tuberculadas, borda tuberculada.
É reconhecida pelas espigas axilares, estreitas, com brácteas e bractéolas aproximadamente do mesmo tamanho do cálice, e corola com lábios estreitos. Apresenta semelhança com Chaetothylax eranthemanthus Rizzini, que se diferencia pelas brácteas menores (1-3 mm compr.), folhas oblongas 4‑7 × 1,7‑2,7 cm, com ápice atenuado e margem
crenada (Wasshausen 1992). Justicia harleyi é endêmica do Estado da Bahia, ocorrendo em Caatingas, geralmente na beira de estradas. Encontrada com flores e frutos em julho.
Fonte: CÔRTES, A.L.A & RAPINI, A. Justicieae (Acanthaceae) do Semiárido do Estado da Bahia, Brasil. Rev. Hoehnea, v. 40, n. 2, p. 253-292, 18 fig., 2013.