Arbusto ereto a prostrado, 25-70 cm alt.; ramos subcilíndricos, pubescentes a hirsutos ou glabrescentes. Pecíolo 2‑5 mm compr., lâmina 1,7‑5,2 × 0,6‑2,2 cm, elíptica a ovada, glabras a esparsamente hirsutas, tricomas concentrados na nervura principal em ambas as faces, ápice agudo a atenuado, base aguda a obtusa ou levemente decorrente.
Inflorescência em espigas axilares e terminais, com 1‑3 flores; brácteas 0,6‑1 × 1‑1,2 mm, estreitamente lanceoladas, hirsutas, com tricomas glandulares concentrados no ápice da face adaxial; bractéolas 6‑9 × 1‑1,2 mm, estreitamente
lanceoladas, indumento similar ao das brácteas. Cálice 1,1‑1,6 cm compr., lacínias 5, 1‑1,5 cm × 2‑3,5 mm, lanceoladas, hirsutas. Corola lilás com listras brancas, 2-3,5 cm compr., internamente com 3 tufos de tricomas próximo à base do tubo, externamente hirtela, com tricomas glandulares, tubo 1,3-1,9 cm compr., curvo, lábio superior 0,8‑1,2 × 0,9‑1,3 cm, bilobado no ápice, lábio inferior 1,1‑1,7 × 0,5‑1,2 cm. Filetes ca. 1 cm compr., tecas superiores 1,5-2,5 mm compr., dorsalmente pilosa, a inferior 2-3 mm compr., oblíquas, a inferior apendiculada na base. Estilete 1-2,8 cm compr., basalmente pubescente; disco nectarífero cupular.
Cápsula ca. 1,9 cm compr., glabra, com porção fértil obovoide; sementes 4, ca. 3 mm diâm., arredondadas, lisas, borda inteira.
Justicia asclepiadea é caracterizada pela inflorescência em pequenas espigas axilares e terminais, com brácteas lineares e às vezes patentes, bem distintas do cálice, lacínias do cálice geralmente com uma faixa esbranquiçada na borda, corola com lábios amplos e estames curvos. É conhecida na Bolívia e no Brasil (Wasshausen & Wood 2004). Nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Goiás e Piauí. Na Bahia, ocorre normalmente em áreas de Caatinga arbórea ou de afloramentos rochosos, em altitudes entre 800 e 1.000 m. No Estado do Mato Grosso possui folhas estreitamente lanceoladas (ca. 5 × 0,4 cm), ocorrendo em Cerrados e matas de galeria com elevação em torno de 500 m. Floresce e frutifica entre abril a junho.
Fonte: CÔRTES, A.L.A & RAPINI, A. Justicieae (Acanthaceae) do Semiárido do Estado da Bahia, Brasil. Rev. Hoehnea, v. 40, n. 2, p. 253-292, 18 fig., 2013.