Arbusto ereto. Ramos glabros a glabrescentes, escurecidos no material herborizado. Estípulas cedo-caducas, peltadas, 0,5-1 cm compr., lanceoladas, ápice acuminado, base arredondada, margem inteira a serrulada, ciliada.
Folhas 2,5-7,5 cm compr., com 18-40 folíolos de 0,5-1,2 x 0,1-0,3 cm, oblongos, glabrescentes, ápice obtuso-mucronulado, base oblíqua, margem inteira a erosa, uma nervura principal subcentral. Bráctea ca. 0,3 cm compr., triangular, margem inteira a serrulada.
Bractéolas 0,2 cm compr., ovadas, margem inteira a serrulada. Cálice 0,5-0,6 cm compr., bilabiado, lábio vexilar emarginado a sublobado, o carenal trilobado. Corola com coloração amarela. Estandarte 0,7-0,9 cm compr., suborbicular, com estrias avermelhadas, ápice arredondado a raramente retuso; alas 0,6-0,7 cm compr.; pétalas
da carena 0,5-0,6 cm compr. Ovário glabro a glabrescente; óvulos 8. Lomento 3,5-6 cm compr., coloração preta; artículos 4-8, com 0,4-0,6 x 0,4-0,6 cm, glabros a glabrescentes; estípite 0,5-0,7 cm compr.; istmo central, largo.
Sementes 0,3-0,4 x 0,2 cm, reniformes, coloração preto-brilhante, superfície lisa.
Distribuição: Antilhas, México, Américas Central e do Sul, até a Argentina (Fernandes 1996, Oliveira 2002, Fortunato 2008). No Brasil, essa espécie é citada para os domínios fitogeográficos da Amazônia, Mata Atlântica
e Pantanal, ocorrendo nas regiões Norte (Pará e Amazonas), Nordeste (Maranhão, Ceará, Paraíba, Pernambuco e Bahia), Centro-Oeste (Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), Sudeste (Minas Gerais e Rio de Janeiro) e Sul (Rio Grande do Sul), de acordo com Lima & Oliveira (2010). No presente trabalho, a espécie é citada pela primeira vez para o estado do Paraná.
Observações: espécie de maior destaque em densidade, chegando a apresentar dominância fisionômica nas áreas alagadas ou alagáveis das várzeas, especialmente do rio Baía, no estado de Mato Grosso do Sul. No entanto, no estado do Paraná, somente foi coletada em áreas inundáveis das ilhas Porto Rico e Mexirica (rio Paraná). A floração e a frutificação ocorrem, concomitantemente, em todos os meses do ano.
Fonte: SOUZA, M. C.; VIANNA, L. F.; KAWAKITA, K. & MIOTTO, S. T. S. O gênero Aeschynomene L. (Leguminosae, Faboideae, Dalbergieae) na planície de inundação do alto rio Paraná, Brasil. Revista Brasileira de Biociências, Porto Alegre, v. 10, n. 2, p. 198–210, abr./jun. 2012.