Arvoreta 2,5-5 m alt. Partes vegetativas e pedicelo completamente glabros, exceto por poucos tricomas às vezes presentes sobre a nervura primária na face adaxial das folhas. Entrenós 5-15 mm compr. Pecíolo 2-5 mm compr.; lâmina foliar elíptica a elípticooblanceolada, 4,5-11 cm compr., 1,3-3,5 cm larg., papirácea, ápice atenuado a longo-acuminado, base aguda, nervação broquidódroma, nervura primária plana na face adaxial e proeminente na abaxial, 11-17 pares de nervuras secundárias retas a ligeiramente arqueadas, formando ângulo de 60-80° com a nervura primária, juntamente com o retículo, proeminentes em ambas as faces, anastomosadas em arco ca. de 2 mm da margem, esta plana, in sicco pouquíssimo revoluta e sinuosa.
Flores solitárias, axilares; pedicelo 1,5-2 cm compr., na frutificação até 3 cm compr., articulado ca. de 4 mm acima da base, brácteas não vistas; sépalas ca. 3,5 mm compr., ca. 4,5 mm larg., deltadas, esparsamente tomentelas, quase glabras, reflexas; pétalas largo-elípticas a oblongas, acuminadas a arredondadas, 8-15 mm compr., 4-8 mm larg., as externas mais estreitas que as internas, tomentosas exceto na base da face adaxial, glabra, verdes a amarelo-esverdeadas; estames ca. 1,2 mm compr., amarelos; ovário seríceo, estigma glabro. Carpídios 8- 10 mm compr., ca. 6 mm larg., elipsoides, glabros, imaturos verdes passando a vináceos quando maduros, estipe 4-6 mm compr.
Guatteria pohliana habita matas ciliares e capões na Serra do Cipó. Sua delimitação taxonômica e, consequentemente, sua área de ocorrência, é incerta. Ocorre na Mata Atlântica e em floresta de galeria e campo rupestre, na Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro (Maas et al. 2010). É frequente na Serra de Ibitipoca (Lobão 2009 et al no prelo). Distingue-se das outras Guatteria da Serra do Cipó pela total ou quase ausência de indumento nas porções vegetativas.
Fonte – Mello-Silva, R., Lopes, J.C. & Pirani, J.R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Annonaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, 24(1), 37-56, 2006.