Annonaceae – Duguetia furfuracea

Arbusto 40-100 cm alt. Ramos acinzentados, esparsa a subdensamente escamosos, râmulos e pecíolos densamente ocráceo-escamosos. Entrenós 1-3 cm compr. Pecíolo ca. 3 mm compr., lâmina foliar elíptica a oblongo-elíptica, subcoriácea, 5,5-14,5 cm compr., 2-6 cm larg., face adaxial densamente lepidoto-tomentosa a glabrescente, abaxial densamente ocráceo-escamosa, ápice curtamente acuminado ou agudo, raramente obtuso ou emarginado, base em geral arredondada ou obtusa até aguda, nervação broquidódroma, nervura primária
plana ou pouco proeminente na face adaxial, muito proeminente na abaxial, 7-15 pares de nervuras secundárias arqueadas, em ângulo de 50-70° com a nervura primária, pouco proeminentes em ambas as faces, anastomosadas em arco (3-)4-5 mm da margem, esta plana.

Flores 1-2, opositifólias; pedicelo 6-10 mm compr.; botões suborbiculares; uma bráctea basal e uma mediana, suborbiculares, conchadas, as maiores até 7 mm compr.; sépalas unidas na base, ca. 1,5 cm compr., ca. 1 cm larg., face abaxial densamente ocráceo-escamosa, adaxial alvo-tomentosa; pétalas subiguais, oblongas, obtusas, 1,7-2,5 cm compr., ca. 1,2 cm larg., face abaxial ocráceo-escamosa, adaxial tomentosa, base vermelho-vinácea, glabra; estames ca. 1 mm compr., apêndice do conectivo puberulento; carpelos com tricomas estrelados, ca. 3 mm compr. Fruto oblongo-ovoide, ca. 4,5 cm compr., ca. 4,5 cm compr., colar basal 10-16 carpídios conatos e estéreis,
densamente ocráceo-tomentosos, pardos, carpídios completamente soldados, aréolas piramidais, ca. 4 mm compr., ca. 6 mm larg., apiculados.

Duguetia furfuracea é arbusto dos cerrados de todo o Brasil e Paraguai (Fries 1934, Spichiger & Mascherpa 1983, Morawetz 1984, Maas et al. 2003, 2010). Na Serra do Cipó ocorre em manchas de cerrado e é facilmente reconhecida pelo denso indumento escamoso de suas partes jovens e reprodutivas. Morawetz (1984) reconhece, para esta espécie, raças cariológicas geográfica e ecologicamente diferenciadas. A transferência de Annona furfuracea para o gênero Duguetia foi erroneamente atribuída a Bentham & Hooker (1862) por Fries (1934), porém esses autores apenas sugeriram que a espécie pertencesse a Duguetia. A combinação foi efetivamente publicada por Safford (1914) (Maas et al. 2003).

Fonte – Mello-Silva, R., Lopes, J.C. & Pirani, J.R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Annonaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, 24(1), 37-56, 2006.

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