Subarbusto com sóboles subterrâneos, ramos aéreos até 7 cm compr. Ramos sulcados longitudinalmente e esparsamente tomentosos,
pecíolo, pedúnculo e face abaxial das brácteas e sépalas esparsamente tomentosos. Entrenós 4-9 mm compr. Pecíolo 2-4 mm compr.; lâmina foliar elíptica, 2-7 cm compr., 1,8-4,5 cm larg., glabra em ambas as faces, ápice e base obtusos, nervação broquidódroma, impressa na face adaxial, nervuras primária e secundárias proeminentes na face abaxial, 5-7 pares de nervuras secundárias arqueadas, em ângulo de ca. de 60° com a nervura primária, anastomosadas em arco 2-4 mm da margem, esta plana ou ligeiramente revoluta, domácias presentes. Profilo orbicular com nervação broquidódroma, ca. 2 x 1,7 cm.
Flores solitárias, terminais; pedicelo ca. 1 cm compr.; botões ovoides; bráctea 1, ovada, ca. 5,3 mm compr., ca. 4,2 mm larg.; sépalas conatas na base, deltoideas, ca. 6 mm compr., ca. 6 mm larg., face abaxial ferrugíneotomentosa, adaxial glabra; pétalas externas ovais, ca. 3,5 cm compr., ca. 2,3 cm larg., face abaxial ferrugíneo-tomentosa, adaxial depresso-vilosa, pétalas internas oblanceoladas, ca. 3,3 cm compr., ca. 2,3 cm larg., vilosas em ambas as faces; estames ca. 4 mm compr., apêndice do conectivo papiloso; estaminódios ausentes; carpelos ferrugíneo-tomentosos, ca. 4 mm compr. Fruto depresso-globoso, ca. 3 cm compr., ca. 3 cm diâm., aréolas apiculadas, ferrugíneo-tomentosos.
Annona warmingiana é um nome novo para Annona pygmaea (Warm.) Warm. (Mello-Silva & Pirani 1999). É subarbusto subterrâneo com sistema caulinar do tipo sóbole, que se desenvolve horizontalmente a pouca profundidade no solo, com ramos aéreos reduzidos (Rizzini & Heringer 1962). Na Serra do Cipó, forma moitas de grande diâmetro no cerrado do Vale da Mãe d’Água e no antigo km 116. Sua área de
ocorrência são os cerrados de Lagoa Santa (Warming 1873, 1892) e Serra do Cipó, e da região de Caldas e Serra da Canastra até Brasília. É caracterizada pelo hábito e pelas flores desproporcionalmente grandes, parecendo brotar do solo. Os frutos são raros (Heringer 1955).
Fonte – Mello-Silva, R., Lopes, J.C. & Pirani, J.R. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais: Annonaceae. Boletim de Botânica da Universidade de São Paulo, 24(1), 37-56, 2006.