Clusiaceae – Garcinia gardneriana

Árvores pequenas ou arbustos, até 10m; ramos jovens lisos, brilhantes ou cerosos; coléteres ± persistentes. Pecíolo 6-12mm; lâmina cartácea a coriácea, lanceolada ou oblonga, 7-15(-19)×(1,6-)2-6cm, ápice subacuminado a acuminado, subagudo a agudo, base atenuada, margem plana, ondulada ou levemente crenada; face abaxial lisa, ± brilhante; geralmente sem glândulas; nervuras terciárias geralmente visíveis a olho nu; canais laticíferos escuros geralmente visíveis, densos.

Flores até 1cm diâm., sem aroma (van den Berg 1979); pedicelo muito variável, até 35mm; sépalas 2, membranáceas a subcoriáceas, muitas vezes com canais marrons; pétalas 4, creme-esverdeadas, geralmente reflexas, obovais a suborbiculares, 6,5-7×4,5-6mm, com canais marrons; flor masculina com estames 4-6mm, filetes achatados, hialinos, anteras 0,2-0,4mm; disco central conspicuamente convexo, elevado ca. 1mm, liso; flor feminina com 1(-2) série de estaminódios com anteras estéreis bem desenvolvidas, disco conspícuo, ovário 2(-3)-locular, oboval, liso,
estigma disciforme ou 2-3-lobado, 1-3,5mm diâm.

Fruto maduro amarelo ou alaranjado, subgloboso, globoso a amplamente elíptico, 3-4×2,5-3,5cm, liso, epicarpo geralmente ceroso, rostro 2-6mm, pedicelo não se alargando distalmente; sementes 16-20×8-15mm.

Distribui-se da Amazônia até o Rio Grande do Sul. C1, C5, D5, D6, E7, E8, E9, F6, G6: Mata Atlântica, transição Mata Atlântica-restinga, mata do planalto, mata ciliar. Coletada com flores de agosto até janeiro, com frutos de novembro até fevereiro. Os frutos são comestíveis, ingeridos por macaco-prego e cutia (Zipparo in schaed.).

Espécie muito variável na forma e consistência das folhas, tamanho dos pedicelos, presença ou ausência de estrias nas sépalas, diâmetro dos estigmas e forma do fruto. Merece um estudo mais detalhado.

Fonte: BITTRICH, V. Clusiaceae. Parte integrante da Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, Instituto de Botânica, São Paulo, v. 3, p. 45-62, 2003.

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