Chrysobalanaceae – Hirtella martiana

Árvores ou arvoretas, 3–10 m alt.; ramos jovens com indumento lanoso sobre indumento esparsamente pubescente, não lenticelados.

Folhas com lâmina oblonga a estreitamente oblonga, base obtusa a arredondada ou cuneada, ápice agudo a atenuado ou acuminado, 7–10 × 2,3–4,5 cm, cartácea a coriácea, margem plana a levemente revoluta, 7–10 pares de nervuras secundárias; face abaxial glabrescente, nervuras glabrescentes, glândulas discoides na base e no ápice, nervura principal saliente; face adaxial glabrescente, nervuras glabrescentes, eglandular, nervuras principal e secundárias levemente salientes; pecíolo 3–5 mm compr.; estípulas lanceoladas, 3,5–5,5
mm compr., ocasionalmente glândulas na margem.

Inflorescências racemosas, 3–12,5 cm compr., indumento lanoso sobre indumento pubescente; brácteas estreitamente triangulares a triangulares, 4,5–5,5 mm compr., persistentes, glândulas sésseis em toda a margem; pedicelos 7–11 mm compr., eglandulares; bractéolas triangulares, ca. 2 mm compr., persistentes, glândulas sésseis a curtamente estipitadas em toda a margem. Flores 8,5–10 mm compr., receptáculo cilíndrico; sépalas 5–6 mm compr., reflexas, glândulas na margem; pétalas 4–5 mm compr., brancas; estames 8, 14–15 mm compr., filetes brancos; estilete ca. 16 mm compr., hirsuto até 2/3 basais.

Drupas elipsoides, 18–19 × 11–12 mm, epicarpo densamente pubescente, endocarpo densamente tomentoso.

Hirtella martiana ocorre nos estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais e Bahia (Prance & Sothers 2003b; Sothers et al. 2016). Sua ocorrência também foi apontada para o Espírito Santo (Prance & Sothers 2003b; Sothers et al. 2016), mas constatamos que essa informação está baseada em espécimes de H. parviunguis Prance erroneamente identificados. F5, F6, G3, G5: floresta ciliar em cerrado e campo rupestre. Coletada com flores de junho a outubro e com frutos de junho a novembro.

Hirtella martiana pode ser reconhecida por apresentar ramos, pecíolos e inflorescências lanosos quando jovens, inflorescências racemosas com brácteas e bractéolas que persistem até a maturação do fruto e possuem glândulas sésseis na margem, flores com receptáculo cilíndrico, pétalas e filetes brancos, e frutos com epicarpo densamente pubescente. É a única espécie de Hirtella na Bahia que apresenta indumento lanoso nos ramos, pecíolo, folhas e inflorescências quando jovens. Em algumas amostras, são observadas diminutas glândulas na margem das estípulas,
característica que não foi mencionada por Prance (1972, 1988).

Fonte: ASPRINO, R. & AMORIM, A. M. Flora da Bahia: Hirtella (Chrysobalanaceae). Rev. Sitientibus, s. Ciências Biológicas, n.16, p. 01-20, 2016.

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