Lianas; ramos angulosos, glandulares e tomentosos; profilos da gema axilar triangulares, não-foliáceos, até 7 mm compr.
Folhas 3- ou 2-folioladas com folíolo terminal modificado em gavinha trífida, não-uncinada; pecíolos 1,6–2,3 cm
compr.; peciólulos 0,7–2,1 cm compr.; folíolos 5,7 × 2,6–3,8 cm, elípticos, glabros a glabrescentes em ambas as faces, com glândulas na axila das nervuras basais, concolores, ápice acuminado, base cordada, margem plana.
Inflorescência com brácteas até 9 mm compr., sem glândulas, pubescentes. Cálice urceolado, cartáceo, 5-denteado, glabro, com indumento na região apical; corola rosa ou magenta, 4,3–5,8 × 1,4–2 cm, infundibuliforme, pubérula na porção superior do tubo, lobos ca. 2 × 2,4 cm; estames inclusos, filetes maiores ca. 2,2 cm, filetes menores ca. 1,3 cm compr., estaminódio ca. 3,5 mm compr.; disco nectarífero cupular; ovário linear, liso, glabro, estilete ca. 3,2 cm compr., estigma ca. 3 × 3 mm.
Cápsula oblonga, inflada, 20–30 × 1–2 cm; sementes com alas opacas.
Mansoa difficilis foi coletada com flores em março, abril e maio. Esta espécie pode ser reconhecida pelo forte odor de alho nos ramos, folíolos com nervação triplinérvia com glândulas na axila das nervuras basais, corola roxa e frutos
oblongos, inflados, com uma costa central proeminente. Ocorre em florestas úmidas da Bolívia, Paraguai, Brasil e Argentina (Lohmann & Taylor 2014). No Brasil ocorre nas Regiões Norte (PA), Nordeste (MA, PB, BA), CentroOeste (MS), Sudeste (MG, ES, SP, RJ), e Sul (PR, SC, RS) (Lohmann 2010). No PARNA Itatiaia foi encontrada na beira das trilhas e estradas em altitudes até 1.000 m.
Fonte: REICHE, A. P.; MANSANO, V. de. F.; HEIDEN, G. & LOHMANN, L. G. A tribo Bignonieae (Bignoniaceae) no Parque Nacional do Itatiaia, Sudeste do Brasil. Rev. Rodriguésia, n. 71, p. 24, 2020.