Subarbustos, 1–3,5 m alt., glabriúsculos a pilosos, tricomas simples e glandulares microscópicos. Caule ereto, glabrescente; entrenós 0,4–12 cm compr. Estípulas 0,5–3,5 × 0,3–2,2 cm, triangulares, ápice apiculado, margem inteira, carenadas, apressas, caducas.
Folhas com pecíolo 5–18 cm compr., glabrescente; lâmina 6,5–28 × 4,5–24 cm, inteira a lobada, 3–7 lobos, recortes superficiais, não atingindo a metade da distância entre a margem e a nervura central, assimétrica, basifixa, papirácea a cartácea, transversalmente elíptica, ápices dos recortes superficiais agudos a acuminados, base cordada, margem denteada a irregularmente denticulada ou serrilhada, ciliada, pilosa, com tricomas glandulares microscópicos em ambas as faces, mais densamente na face abaxial, face adaxial glabrescente; face adaxial verde, face abaxial verde-clara a vinácea; venação actinódroma, 5–8 nervuras na base. Cimeiras 14–45 cm compr., 60–180 flores, 5–8 nós; brácteas de primeira ordem 2–5 × 1–2,5 mm, triangulares, persistentes.
Flores estaminadas sem bractéolas; tépalas 4, alvas a róseas, as externas maiores, elípticas a ovadas, côncavas, face abaxial com tricomas glandulares microscópicos e glabrescentes, as internas elípticas a oblanceoladas, côncavas, face abaxial glabra; estames 12–32, anteras rimosas, conectivos proeminentes. Flores pistiladas com 2 bractéolas
triangulares, persistentes; tépalas 5, alvas a róseas, três maiores, elípticas, face abaxial com tricomas glandulares microscópicos, glabrescente; ovário com placenta inteira.
Cápsulas 0,8–1,5 ×0, 9–2,5 cm, glabrescentes, com tricomas glandulares microscópicos; alas 3, desiguais, a maior 0,6–1,8 cm larg., ápice agudo a obtuso, as menores 1–3 mm larg., arredondadas.
Sementes oblongas.
Endêmica do Brasil, é encontrada em Alagoas, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Rio de Janeiro, São Paulo e Sergipe (Smith et al. 1986). C7, D6, D7, D8, E7, E8, E9, F6, F8, G7, G8, H7, H8, I8, J8: Floresta ombrófila densa montana e submontana, mata ciliar, mata de cipó, mata estacional, carrasco de encosta, caatinga e campo rupestre. Ocorre em ambientes sombreados (p. ex.: mata de grotão) ou
iluminados, no interior ou na orla da vegetação, associada a solos arenosos com afloramentos rochosos. Floresce de junho a janeiro e frutifica de janeiro a junho e de setembro a dezembro.
Begonia reniformis caracteriza-se pelas estípulas triangulares e caducas, lâmina foliar transversalmente elíptica, inteira a irregularmente lobada e pela ala maior da cápsula com ápice agudo a obtuso. Possui elevada variação fenotípica, especialmente quanto à forma e subdivisão da lâmina foliar, que pode ser inteira ou possuir diversos lobos, quanto ao tipo de margem e forma do ápice da ala maior da cápsula.
Fonte: GREGÓRIO, B. de S.; COSTA, J. A. S & RAPINI, A. Flora da Bahia: Begoniaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, n. 16, p. 01-52, il., 2016.