Ervas, 0,3–1 m alt., glabriúsculas a glabras, esparsos tricomas glandulares microscópicos. Caule ereto, com esparsos tricomas glandulares microscópicos; entrenós 1,5–6 cm compr. Estípulas 1–2,5 × 0,5–1,5 cm, ovadas a oblongas, ápice arredondado, margem ciliada a denticulada, apressas, persistentes.
Folhas com pecíolo 0,8–6,5 cm compr., glabriúsculo; lâmina 4,5–8 × 3–9,8 cm, inteira, assimétrica, basifixa, subcrassa, ovada a largamente ovada, ápice obtuso a arredondado, base oblíqua, cuculada in vivo, margem crenada a serrilhada, ciliada, glabrescente em ambas as faces; face adaxial verde, face abaxial verde-clara; venação actinódroma, 5–8 nervuras na base. Cimeiras 5,5–8,5 cm compr., 5–10 flores, 2 ou 3 nós; brácteas de primeira ordem 4–5,5 × 2–3,6 mm, ovadas, persistentes.
Flores estaminadas sem bractéolas; tépalas 4, alvas a róseas, as externas maiores, orbiculares, face abaxial glabra, as internas oblanceoladas, face abaxial glabra; estames 34–46, anteras rimosas, conectivos proeminentes. Flores pistiladas com 3 bractéolas obovadas, persistentes; tépalas 5, alvas a róseas, três levemente maiores, largamente obovadas a oblanceoladas, face abaxial glabra; ovário com placenta partida.
Cápsulas 1,5–1,8 × 1,2–1,5 cm, com esparsos tricomas glandulares microscópicos; alas 3, desiguais, a maior 1,2–1,7 cm larg., ápice arredondado, as menores 3–5 mm larg., arredondadas. Sementes fusiformes.
Begonia cucullata ocorre na Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai (Jacques 2002). No Brasil, é encontrada na Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo (Jacques 2015). E9, H8: Floresta ombrófila densa montana e submontana. Habita ambientes úmidos, alterados, sombreados ou à meia sombra, em solos arenosos ou alagados.
Encontrada com flores em junho e com frutos em fevereiro e junho.
Begonia cucullata é reconhecida in vivo pela base da lâmina foliar cuculada, estípulas ovadas a oblongas com ápice arredondado a obtuso e margem ciliada a denticulada. A espécie é comumente cultivada pelas flores vistosas e apresenta, inclusive, diversos cultivares. Em Camacan, B. cucullata foi encontrada no jardim da RPPN Serra Bonita e, segundo a proprietária, o espécime havia sido coletado no interior da mata da reserva.
Begonia cucullata assemelha-se a B. fischeri pelo tipo de hábito, lâminas foliares basifixas e presença de três bractéolas nas flores pistiladas. Contudo, difere daquela espécie pelo indumento glabriúsculo a glabro (vs. viloso), estípulas com ápice arredondado e margem ciliada a denticulada (vs. ápice agudo e margem fimbriada), e base das lâminas foliares obtusa (vs. cordada).
Fonte: GREGÓRIO, B. de S.; COSTA, J. A. S & RAPINI, A. Flora da Bahia: Begoniaceae. Rev. Sitientibus série Ciências Biológicas, n. 16, p. 01-52, il., 2016.