Subarbusto ou arbusto, 0,5-2m. Ramos angulosos, retangulares, penta ou hexangulares, sem estrias, alados ou não, alas se presentes conspícuas, (0,7)1,3-4cm, plana ou revoluta, cheios, entrenós evidentes, densamente tomentosos a esparsamente tomentoso, glabrescente.
Folhas homomorfas, sésseis ou curtamente pecioladas, pecíolo se presente 0,5-1lmm, lâmina 6-15,4×0,8-3,5cm, estreitamente elíptica, estreitamente oblonga e estreitamente lanceolada, ápice agudo, mucronado, base séssil ou decurrente, margem crenada, revoluta, face adaxial esparsamente tomentosa e estrigosa, glabrescente, não vernicosa, face abaxial densamente vilosa ou tomentosa.
Inflorescência apical e axilar, panículas folhosas laxas ou congestas, racemos espiciformes, capítulos curtamente pedunculados, 3-7mm, brácteas na ramificação e no pedicelo, ovadas e lanceoladas; capítulos discoides, 10-15mm, invólucro campanulado, 7-10mm, 2 seriado, 10-15 brácteas, série externa 4-6 brácteas, 3,7-4,6mm, brácteas lineares a linear-lanceoladas, não foliáceas, pubescentes; série interna 5-8 brácteas, 5,6-6×1,3-1,8mm, lineares, linear-lanceoladas e elípticas, pubescentes. Flores homomorfas, 9-15, 12mm, bissexuais, corola bilabiada, lábio externo trilobado, revoluto, lábio interno bífido, revoluto, tubo da corola e base dos lábios internamente pubescente, antera com apêndice basal sagitado, apêndice apical lanceolado; ramos do estilete truncados, penicelados.
Cipsela ovóide e cilíndrica, ápice e base com constrição, truncados, hirsuta, tricomas tectores longos e finos, densamente glandular, tricomas glandulares estipitados, pápus cerdoso, barbelado, alaranjado ou róseo.
A espécie ocorre na Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil, nos estados de Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. D6 e F4: em formações
campestres, campos pedregosos, campos úmidos, beira de matas e capoeiras. Coletada com flores nos meses de fevereiro a abril.
Trixis nobilis pode ser diferenciada das espécies do gênero pela presença de inflorescências em panículas folhosas formadas por racemos espiciformes com entrenós evidentes. Uma caráterística que pode auxiliar a identificação da
espécie é a coloração do pápus alaranjada ou rósea, diferentemente da coloração amarela do pápus que está presente em outras espécies do gênero. As alas de T. nobilis são, muitas vezes, revolutas, o que dificulta a visualização da sua
largura. A ausência de alas ocorre nos ramos novos ou na região apical, onde os ramos são muito angulosos. Em geral o indumento da espécie possui coloração amarelada, mas em alguns materiais foi encontrado indumento com coloração alva ou incana. Trixis verbasciformis Less. é uma espécie muito conhecida, no entanto ela foi sinonimizada por Katinas (1996) em Trixis nobilis Vell., pois a espécie de Vellozo tem prioridade. Katinas (1996) considerou as espécies Trixis stricta Baker, T. suaveolens Baker, T. rosea Baker e T. glabrata Baker, como nomes ilegítimos e pró-sinônimos. O rizoma desta planta é utilizado para tratamento de males estomacais, como dor de estômago e diarréia (Katinas 1996).
Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.