Asteraceae – Mutisia campanulata

Liana. Ramos angulosos, quadrangulares, estriados, densamente lanuginoso e aracnóide, glabrescente, largamente alados, alas irregularmente dentadas, densamente lanuginosas, glabrescentes.

Folhas compostas, pinadas, 8-23,5cm, ráquis angulosa, densamente lanosa ou aracnóide, glabrescente, folíolos
sésseis, 4-7 pares, lâmina 1,5-5,5(8)x0,5-2,5cm, ovada e elípticos, frequente assimétrica, ápice mucronado e agudo, margem sinuosa, revoluta, face adaxial lanuginosa, glabrescente, face abaxial densamente lano-tomentosa, alva,
glabrescente, folíolos basais estipuliformes.

Inflorescência com pedicelo 4-15cm, anguloso, lanuginosa, glabrescente; invólucro campanulado, 3,2-3,8cm, 6-8
seriado, ca. 50 brácteas, 3-4(5) séries externas, brácteas 1-1,3,5×0,2-1,3cm, estreitamente trulada, ápice atenuado, reflexo, tomentoso, amarelo; séries internas, brácteas 2-3,4×0,7-1cm, oblongas e ovadas, ápice acuminado ou
arredondado, tomentoso, amarelo; receptáculo côncavo. Flores ca 72; flores do raio 12, 5,7 cm, corola bilabiada-liguliforme, lábio externo trilobado, lábios internos livres, corola externamente esparsamente lanosa, ramos do estilete arredondados, papilosos; flores do disco ca. 60, 4,5-6cm, corola bilabiada, lábio externo trilobado, lábios internos livres, corola externamente esparsamente lanosa, glabrescente, anteras com apêndice apical lanceolado, basal sagitado, ramos do estilete arredondados, papilosos.

Cipsela cilíndrica, 4 costada, glabra, pápus plumoso.

Mutisia campanulata ocorre na Argentina, Paraguai e no Brasil, nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Minas Gerias, Rio de Janeiro e São Paulo. D8, D9 e E7: em matas ombrófilas e estacionais, desde o litoral até o interior paulista, geralmente na borda de matas ou em clareiras. Coletada em flor e fruto nos meses de junho a setembro, mas segundo Cabrera & Klein (1973) M. campanulata floresce de junho até fevereiro, com pico da florada em dezembro.

Mutisia campanulata é facilmente diferenciada das demais espécies do gênero pela presença de ramos longamente alados. Este é um caráter de fácil visualização para separar M. campanulata de M. coccinea, pois ambas espécies
possuem capítulos campanulados, ramos estriados a quadrangulares, mas a segunda nunca apresenta ramos alados. Algumas vezes os ramos angulosos podem ser confundidos com pequenas alas, assim não foram consideradas como verdadeiras alas pequenas projeções dos ângulos dos ramos. Para Cabrera (1965) em muitos dos materiais analisados há grande semelhança com M. speciosa, sendo o indumento e o tamanho do invólucro, os principais caracteres com sobreposição. O mesmo autor utiliza o indumento do ápice da bráctea, tamanho do folíolo e indumento na face abaxial do folíolo, como caracteres diagnósticos para M. campanulata, mas todos estes caracteres apresentam sobreposição com os materiais de M. coccinea.

Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.

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