Erva 3-80cm. Ramos cilíndricos, costados, lanoso, glabrescente.
Folhas com lâmina 7-20×0,5-1,2cm, linear, estreitamente oblonga, estreitamente lanceolada, ápice acuminado, base atenuada, margem inteira, planas, face adaxial esparsamente lanosa, glabrescente, face abaxial lanosa, glabrescente, nervação paralelódromas, 3-8 nervuras.
Inflorescência ereta, escapo 20-30cm, glabro, 3-5 brácteas no escapo, lineares; capítulos 3,5-4cm, invólucro hemisférico, 1-1,2cm, 4-5 seriado, ca. 80 brácteas, 3-7mm, triangulares, ovadas, lanceoladas, tomentosas, não foliáceas; receptáculo paleáceo. Flores ca. 100, flores do raio 20-30, 15-25mm, corola bilabiada-liguliforme, lábio externo trilobado, lábios internos livres, ramos do estilete arredondados, papilosos; flores do disco ca. 80, corola bilabiada, lábio externo trilobado, lábios internos livres, corola externamente glabra, anteras sagitadas, papilosas, ramos do estilete arredondados, papilosos.
Cipsela rostrada, 2 costada, pubescente, papilosa, pápus cerdoso.
A espécie ocorre São Paulo e Paraná. D5 e D8: em turfeiras e pântanos com solos ácidos. Coletada com flores e frutos em dezembro a março.
Lulia nervosa é facilmente diferenciada dos demais gêneros pela presença de folhas com nervação paralelódromas, capítulos radiados, flores do raio bilabiadas liguliformes, femininas, com estaminódios, frutos rostrados, 2 costados. A espécie anteriormente estava subordinada ao gênero Trichocline, na seção Nervifolium por apresentar caules e nervuras paralelódromas (Zardini 1975). Posteriormente a espécie foi segregada por Zardini (1980) em um novo
gênero, por possuir as diferenças citadas acima e também pela presença de frutos rostrados, caráterísticas não compartilhadas pelas espécies de Trichocline. Até aquele momento os frutos eram desconhecidos para a ciência,
sendo muitas vezes citadas as descrições dos ovários, o que levou a conclusões equivocadas sobre a morfologia desta estrutura. Espécie presumivelmente extinta (EX) no estado de São Paulo.
Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.