Erva, 15-50cm.
Folhas pecioladas, 0,5-2cm, bainha evidente, lâmina 3,5-16×0,8-4,5cm, lirado-laciniada e espatulada, lóbulo terminal grande, ovado, lóbulos laterais obtusos, ápice apiculado, base atenuada, margem crenada e serreada, sub-revoluta, face adaxial esparsamente lanosa, glabrescente, face abaxial alvo-lanosa, nervura primária e secundária adaxialmente impressa, nervuras primária e secundária proeminentes, nervação cladódroma.
Inflorescência pêndula, escapo (6,5)10-48cm, densamente alvo-lanoso, glabrescente, ebracteado; capítulos radiados, 17-33mm, invólucro campanulado, 1,5-2,1cm, 5 seriado, ca. 45-77 brácteas, 3-20x1mm, lineares, alvo-tomentosas; receptáculo convexo. Flores trimorfas, ca. 70-180, unissexuais e bissexuais; flores do raio ca. 7, 18mm, corola ligulada, lígula trilobada, ramos do estilete obtusos, glabro; flores do disco marginais ca. 63, 0,5cm, ramos do estilete obtusos, glabros; flores do disco internas ca. 12, 17mm, corola bilabiada, lábio externo trilobado, lábio interno bilobado, tubo da corola sem constrição, ramos do estilete obtusos, glabros.
Cipsela rostrada, 9-15mm, rostro 6mm, 6 costada, papilosa, pápus cerdoso.
Chaptalia nutans é a espécie com maior amplitude de distribuição do gênero, ocorrendo desde o México até a Argentina. No Brasil ocorre nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul, sendo muito comum ao longo de sua distribuição. D6, D7: em matas pluviais, campos, geralmente em local sombreado ou à meia sombra. Espécie invasora de ambientes alterados, muito frequente em áreas de vegetação secundária. Coletada com flores de junho a fevereiro mas, segundo Burkart (1944), a espécie floresce o ano inteiro.
Chaptalia nutans se diferencia das demais espécies do gênero pela presença de folhas lirado-laciniadas, escapo sem brácteas e cipselas 6 costadas. Nesta espécie ocorre diferenciação da coloração da corola ao longo do desenvolvimento das flores, quando estas são novas apresentam coloração alva, já após a polinização as flores apresentam coloração avermelhada. A espécie que apresenta morfologia semelhante à C. nutans é C. similis, da qual pode ser diferenciada pela ausência de brácteas no escapo, cipsela esparsamente papilosa, flores do raio com corola ligulada em C. nutans, já C. similis possui escapo bracteado, cipsela densamente papilosa e flores do raio com corola bilabiada. Outra espécie morfologicamente semelhante a C. nutans é C. sinuata, a melhor caráterística para diferenciar as duas espécies é a lâmina foliar, lirado-laciniada a espatulada em C. nutans e lâmina inteira em C. sinuata. Espécie utilizada na medicina tradicional para o tratamento de diversas moléstias, tais como dores de cabeça, enxaqueca, tosse, bronquite, sífilis, doenças de pele, além de ser utilizada para lavar úlceras e feridas (Cabrera & Klein 1973).
Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.