Asteraceae – Dasyphyllum vagans

Arbusto escandente a liana. Ramos estriados, lenticelas presentes, densamente fulvo-vilosos e esparsamente fulvo-setosos, glabrescentes, projeções espinescentes axilares, 0,3-2cm, longas e retas e curtas e curvas.

Folhas pecioladas, 3-6(9)mm, lâmina (2)4-7×1,6-3,7cm, oboval, largamente oboval a elíptica, ápice mucronado a acuminado, com projeção espinescente, base atenuada, margem inteira, revoluta, ciliada, concolor, face adaxial
esparsamente vilosa, esparsamente setosa, glabrescente, face abaxial densamente vilosa, com tricomas setosos, dourado, glabrescente.

Inflorescência apical e axilar, panícula folhosa, capítulos longamente pedunculados, (0,2)1-2,2cm, densamente vilosos; capítulos 0,9-1,5cm, invólucro campanulado e cupuliforme, 7-9 seriado, ca. 35 brácteas, 4-8cm, brácteas largamente ovadas e estreitamente oblongas, ápice apiculado nas brácteas externas a mucronado nas internas, vilosas; receptáculo plano, paleáceo. Flores ca. 21 flores, 1,1cm, corola com uma ou duas incisões mais profundas, três ou quatro lobos fundidos, ápice dos lobos externamente hirsuto, base do tubo internamente hirsuta, externamente
glabra, apêndice basal curtamente sagitado, apêndice apical curtamente bilobado, ramos do estilete curtos, agudos, glabros.

Cipsela cilíndrica, pápus de cerdas lineares.

Dasyphyllum vagans ocorre nos estados de Goiás, Minas Gerais, São Paulo. B4, C2, C3, C4, D4, D5, D7 e E5: em borda de mata estacional, coletada com flores nos meses de março a setembro.

Dasyphyllum vagans é morfologicamente semelhante a D. brasiliense, a distinção destas é feita pelas panículas áfilas, folha obovada, largamente obovada e elíptica, ápice mucronado a acuminado, com projeção espinescente, nervura impressa ou sulcada na face adaxial e proeminente na face abaxial, com indumento dourado-viloso em D. vagans. Já D. brasiliensis apresenta panículas folhosas, folhas obovadas, oblanceoladas, raro largamente ovadas, com ápice
acuminado sem projeção espinescente, nervura impressa na face adaxial e abaxial, indumento albo-seríceo. Nos trabalhos de Cabrera (1959) e de Roque & Pirani (1997) foram descritas ao menos dois tipos de flores diferentes, a
primeira bissexual com corola tubulosa a pseudobilabiada, com uma ou duas incisões mais profundas e flores centrais bissexuais e bissexuais femininas, tubulosas, sem incisão mais profunda que as demais. Esta última forma de corola não foi encontrada nos materiais analisados neste trabalho. Alguns materiais herborizados apresentam odor amadeirado ou de sândalo. Cabrera (1959) cita a ocorrência do táxon no estado do Paraná, baseado no material Dusén 11641 (S), mas a localidade citada, Itararé, pertence ao estado de São Paulo. Muito provavelmente a espécie pode ocorrer no estado do Paraná, nas manchas de vegetação de cerrado deste estado. Neste estudo o material Simões 54, VIII.1932 (RB, LP) foi anteriormente determinado como D. orthacanthum (DC.) Cabrera, mas no entanto este material foi determinado como D. vagans.

Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.

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