Árvore, 6-10m. Ramos lenticelas presentes, tomentosos, glabrescentes, raramente papilosos, projeções espinescentes axilares, 2-7mm, retas ou curvas. Folhas curtamente pecioladas, 2-5mm, lâmina 2,5-7,8×1,2-2,0cm, elíptica e oblanceolada, ápice com projeção espinescente a acuminado, projeção espinescente caduca, base aguda, margem inteira, nervura discolor, mais clara que o limbo, face adaxial e abaxial esparsamente setosa, glabrescente.
Inflorescência apical e axilar, panículas a panículas umbeliformes, capítulos pedunculados, 2-8mm, densamente tomentosos; invólucro 1,1-1,8cm, campanulado, 9-13 seriado, ca. 40 brácteas, 0,3-1,2mm, brácteas largamente ovadas a lineares, marrons ou negras, raramente beges, quando beges margens concolores, margem discolor, bege, ápice com projeção espinescente, 0,5cm, margem pubescente, concolor; receptáculo plano a convexo, paleáceo. Flores 13 a 25, 0,8-1,1cm, corola tubulosa, com um dos lobos mais profundo, raro três incisões profundas e duas superficiais, ápice dos lobos e base do tubo externamente hirsutos, base do tubo internamente densamente hirsuta, apêndice basal curtamente sagitado, apêndice apical bilobado, cada lobo bidentado, ramos do estilete curtos, agudos, arredondados, papilosos. Cipsela densamente hirsutas, pápus de cerdas lineares.
Dasyphyllum spinescens ocorre nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. D8, E9 e D9: em matas ombrófilas montanas e ombrófilas mistas alto montanas. Com flores nos meses de março a outubro, segundo Cabrera & Klein (1973) o período de floração vai de dezembro a abril, com pico de floração em fevereiro.
Dasyphyllum spinecens pode ser diferenciado das demais espécies pela presença de projeções espinescentes no ápice das folhas, embora as projeções sejam caducas, outra caráterística é a presença de brácteas involucrais enegrecidas,
com margem bege, o que promove grande contraste deixando esta coloração mais evidente. As brácteas involucrais também possuem pequenas projeções espinescentes, a nervura na margem da folha é visivelmente mais clara que o
limbo. Dasyphyllum spinescens também pode ser diferenciada das outras espécies do gênero pelo hábito arbóreo, o que é raro no gênero. As outras espécie arbóreas que ocorrem no estado são D. tomentosum e D. lanceolatum. A espécie é diferenciada de D. tomentosum pelo ápice foliar com projeções espinescentes, pecíolo com 0,2 a 0,5 cm de comprimento, lâmina foliar elíptica e oblanceolada com 2,5 a 7,8 cm de comprimento e 1,2 até 2,0 cm de largura para Dasyphyllum spinescens, já D. tomentosum apresenta ápice foliar acuminado, pecíolo com 0,5 até 2,6 cm de comprimento, lâmina foliar elíptica, estreitamente elíptica e obovada com 5,5 até 17, raramente 3 cm, de comprimento e 1,5 a 4,8, raramente 6,5 cm de largura. Já a diferenciação de D. spinescens e D. lanceolatum, é feita com base nas inflorescências apicais e axilares, panículas a panículas umbeliformes, lâmina foliar elíptica a oblanceolada, ápice com projeção espinescente a acuminado, projeção espinescente caduca vs. inflorescências apicais, panículas umbeliformes congestas, lâmina foliar lanceolada, raro estreitamente oblanceolada, ápice acuminado.
Fonte: EGEÃ, M. M. As Tribos Barnadesieae e Mutisieae S. L. (Asteraceae) no Estado de São Paulo, Brasil. 215f, il. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal), Instituto de Biologia, Campinas, 2011.